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Notícias / Arábia Saudita

Presa por ter Twitter: ONGs pedem libertação de estudante saudita

Salma al-Shehab foi condenada a 34 anos de prisão após fazer publicações defendendo os direitos das mulheres

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 29/08/2022, às 13h20 - Atualizado em 04/09/2022, às 12h00

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A saudita Salma al-Shehab - Divulgação/ Anistia Internacional
A saudita Salma al-Shehab - Divulgação/ Anistia Internacional

Salma al-Shehab, uma estudante de doutorado de 34 anos de idade, foi condenada a 34 anos de prisão na Arábia Saudita por fazer publicações em defesa dos direitos das mulheres no seu Twitter que, segundo avaliado pelo sistema judiciário do país, teriam "espalhado rumores" e "perturbado a ordem pública". 

A ativista está presa desde janeiro de 2021, e sua situação causa indignação em autoridades internacionais dedicadas à defesa dos direitos humanos. Assim, nesta segunda-feira, 29, foi entregue ao governo saudita uma carta assinada por mais de 30 ONGs ao redor do mundo pedindo pela liberação de al-Shehab

Trata-se da sentença de prisão mais longa conhecida contra um ativista pacífico por sua liberdade de expressão na Arábia Saudita, sinalizando uma deterioração alarmante da situação dos direitos humanos no país”, afirma o documento, conforme repercutido pelo MediaTalks. 

O caso 

Salma cursava seu doutorado no Reino Unido, e acabou sendo detida durante uma viagem de férias à Arábia Saudita. Outro detalhe de relevância é que a estudante é uma muçulmana xiita, sendo, portanto, uma minoria religiosa no país, que é dominado pelos muçulmanos sunitas. 

A mulher passou nove meses em confinamento solitário e passando por interrogatórios antes de ser levada a tribunal. 

Condenamos veementemente a prisão arbitrária e a condenação ilegal de Al-Shehab, que marca uma nova escalada na repressão à liberdade de expressão na Arábia Saudita", afirma ainda o documento escrito pelas ONGs. 

Hipocrisia

A carta acusa o governo saudita de silenciar ativistas ao mesmo tempo em que exibe para o mundo suas novas e progressistas "reformas judiciais para proteger os direitos humanos". 

"Em contraste com a retórica das autoridades sobre direitos humanos, incluindo os direitos das mulheres e as reformas legais, os verdadeiros impulsionadores da reforma – os ativistas que pedem direitos básicos – continuam a ser impiedosamente silenciados, com leis repressivas sendo usadas para criminalizar sua expressão pacífica e seu ativismo", conclui a mensagem.