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Notícias / Arqueologia

Sela descoberta em tumba na Mongólia puder mudar o que se sabe sobre a equitação

Objeto utilizado por cavaleiros mongóis do século 5 é um dos exemplos mais antigos que se conhece da história da equitação moderna; entenda!

Redação Publicado em 09/12/2023, às 10h37 - Atualizado em 11/12/2023, às 19h48

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Restos mortais de um cavalo e um freio mongol - Divulgação/W. Taylor e J. Bayarsaikhan
Restos mortais de um cavalo e um freio mongol - Divulgação/W. Taylor e J. Bayarsaikhan

Escavações em uma antiga tumba na Mongólia revelaram, recentemente, uma sela com estrutura de madeira e estribos de ferro impressionantemente preservados, que podem ser os mais antigos vestígios do mundo sobre a história da equitação, oferecendo pistas sobre as origens da guerra montada medieval.

Conforme descreve o estudo, publicado na última sexta-feira, 8, desenvolvido por uma equipe internacional de arqueólogos, a sela teria sido anteriormente saqueada de um cemitério em uma caverna. Uma datação por radiocarbono dos restos mortais humanos e de uma amostra da sela indicam que o objeto date de cerca de 420 d.C., o que faz do achado a sela com estrutura mais antiga já vista.

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Nosso estudo levanta a possibilidade de que a Estepe Oriental tenha desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento inicial e na disseminação da sela e do estribo", apontam os pesquisadores no artigo.

Vale mencionar que, conforme aponta a Live Science, os cavalos modernos foram domesticados pela primeira vez aproximadamente em 2.000 a.C. na Ásia Ocidental e Central, sendo extremamente importantes para a manutenção do estilo de vida de grupos nômades. No início, os animais eram montados sem sela, pois os cavaleiros se seguravam no cavalo com as pernas, enquanto seguravam também a crina. Séculos depois que surgiram os primeiros freios, além do uso de uma almofada macia, por volta de 1.000 a.C.

No entanto, as selas completas com estribos — estrutura onde fica o pé do cavaleiro, presa à sela por uma correia — são invenções bem mais recentes, e nunca se soube exatamente quando teriam surgido pois o material orgânico não se preserva muito bem no clima rigoroso da estepe. 

Pioneirismo na cavalaria

As novas informações descobertas pelos pesquisadores, de que as culturas de cavalos das estepes da Eurásia foram pioneiras na adoção de selas e estribos, sugere também que "as culturas das estepes da Mongólia estavam intimamente ligadas a inovações importantes no hipismo, um avanço que teve um grande impacto na a condução da guerra medieval", conta William Taylor, arqueólogo da Universidade do Colorado Boulder e autor do estudo, à Live Science.

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Além disso, também há "todos os motivos para pensar que tanto homens como mulheres andavam regularmente a cavalo desde o primeiro aparecimento de cavalos na Estepe Oriental", demonstrando que a cultura de andar a cavalo não era exclusiva aos homens, nas antigas sociedades da Eurásia.