Tais sinais podem indicar a primeira evidência do fenômeno “jato de plasma magnetizado”
Redação Publicado em 04/08/2023, às 15h54 - Atualizado às 16h01
Pesquisadores de várias partes do mundo alcançaram um marco notável ao identificar flutuações na frequência de rádio emitida por um buraco negro de dimensões modestas, situado a uma distância de aproximadamente 28 mil anos-luz da Terra. Essa descoberta intrigante pode representar a primeira evidência de um fenômeno conhecido como "jato de plasma altamente magnetizado".
Os detalhes deste feito científico foram publicados na revista Nature em 26 de julho. Batizado como GRS 1915+105, esse objeto cósmico singular compreende um buraco negro que se alimenta continuamente de material proveniente de uma estrela que orbita sua vizinhança.
Esse sistema vigoroso também é denominado "microquasar", uma versão em miniatura dos quasares — núcleos galácticos de extrema luminosidade, cujas massas chegam a ser milhões ou bilhões de vezes maiores do que a do Sol, de acordo com informações da Galileu.
O sinal de rádio observado não é persistente, emergindo somente em condições específicas. Durante o curso da pesquisa, os cientistas tiveram a oportunidade de detectá-lo em momentos raros, ocorrendo primeiro em janeiro de 2021 e, posteriormente, em junho de 2022.
Em situações particulares, certos sistemas binários de buracos negros liberam um "jato" — um fluxo de matéria carregada e um campo magnético, ambos dispostos paralelamente e que se movem a uma velocidade que se aproxima da velocidade da luz. Os especialistas ressaltam que essa característica distintiva pode representar a primeira confirmação de um "jato" emitido por um buraco negro de massa estelar galáctica.
“Nos sistemas de acreção de buracos negros, os raios X geralmente sondam o disco de acreção ao redor do buraco negro, enquanto a emissão de rádio geralmente sonda o jato lançado do disco e do buraco negro”, relata o coautor Bing Zhang.
O mecanismo detalhado para induzir a modulação temporal em um jato relativístico não foi identificado, mas um mecanismo plausível seria que o jato está subjacente à precessão, o que significa que a direção do jato aponta regularmente para direções diferentes e retorna à direção original uma vez a cada 0,2 segundo”, conclui.
