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Notícias / Neolítico

Sociedades do período Neolítico eram muito violentas, indica estudo

Uma em cada dez amostras de 2.300 restos mortais do Neolítico apresentam contusões e lesões provocadas por armas; entenda!

Redação Publicado em 23/01/2023, às 11h06

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Pintura que representa como seria a vida no período Neolítico na China - Foto por Gary Todd pelo Wikimedia Commons
Pintura que representa como seria a vida no período Neolítico na China - Foto por Gary Todd pelo Wikimedia Commons

Quando se pensa nos povos pré-históricos — vale ressaltar que considera-se Pré-história aquilo que antecede a criação da escrita, enquanto História é o que vem depois —, é muito comum de imaginá-los como seres humanos, mais animalescos, mas convivendo harmonicamente com a natureza. No entanto, embora a espécie tenha a inteligência como principal atributo, aparentemente a harmonia não reinava no passado.

Um estudo recente realizado por pesquisadores suecos e alemães avaliou cerca de 2.300 restos mortais datados do período Neolítico (10.000 a.C. - 2.200 a.C.) e, de acordo com artigo publicado na última terça-feira, 17, na PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), mais de um em cada dez dos corpos achados apresentavam lesões provocadas por armas, além da ocorrência de um possível massacre. Para as conclusões, foram analisados esqueletos da Dinamarca, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Espanha e Suécia.

Segundo a Revista Galileu, o foco das buscas era encontrar evidências de lesões provocadas por impactos nos crânios encontrados. "Ossos humanos são a forma mais direta e menos tendenciosa de evidência para hostilidades passadas, e nossas habilidades para distinguir entre lesões fatais em oposição à quebra post-mortem [pós-morte] melhoraram significativamente nos últimos anos, além de diferenciar lesões acidentais de ataques com armas", explica Linda Fibiger, uma das autoras do estudo, em nota.

A partir da observação dos restos mortais, foi possível identificar que cerca de 10% das lesões encontradas foram provavelmente inflingidas com golpes na cabeça por instrumentos sólidos ou mesmo machados de pedra. Além desses tipos de lesões, mais relacionadas a impactos — chamadas de contundentes —, também foram identificadas lesões perfurantes, causadas possivelmente por flechas.

Massacre

Ainda, uma outra informação que espantou os pesquisadores, foi de que, em um dos locais observados, foram encontrados sinais de que ocorreu ali, no passado, um massacre. Isso porque alguns feridos foram enterrados juntos, o que sugere que houve ali uma ação capaz de destruir toda uma comunidade — possivelmente um grupo querendo aniquilar outro.

O estudo levanta a questão de que a violência parece ter sido tão prevalente durante esse período", começa Martin Smith, um dos autores do estudo.

"A explicação mais plausível pode ser que a base econômica da sociedade mudou. Com a agricultura veio a desigualdade e aqueles que tiveram menos sucesso às vezes parecem ter se engajado em ataques e violência coletiva como uma estratégia alternativa para o sucesso, com os resultados agora sendo cada vez mais reconhecidos arqueologicamente", avalia, por fim, o pesquisador.