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Notícias / Brasil

Sorvete de chocolate e Free Fire: Mãe se revolta com receituário médico dado ao filho

Caso foi registrado em UPA de Osasco, na Grande São Paulo

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 30/05/2023, às 11h13

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Receituário médico prescrito em UPA de Osasco - Reprodução
Receituário médico prescrito em UPA de Osasco - Reprodução

Na madrugada do dia 18, quinta-feira da semana retrasada, Priscila da Silva Ramos levou seu filho de 9 anos para receber atendimento médico na UPA Jardim Conceição, em Osasco, na Grande São Paulo. 

Ao G1, Priscila disse que o garoto tinha "tosse, gripe muito forte, dor de garganta, tonturas e começou a vomitar"; foi quando ela resolveu levá-lo ao hospital. Durante o atendimento, a mãe disse que o médico não examinou seu filho e lhe fez apenas algumas perguntas básicas. 

Começou a receitar um monte de remédio. Alguns eu conhecia, como dipirona, os outros eu não conhecia, e ele não me explicou nenhum", contou. 

Ainda atrás de sua mesa, o doutor perguntou para o garoto se ele preferia "sorvete de chocolate ou morango". Com a escolha, "o médico prescreveu na receita: sorvete de chocolate duas vezes ao dia mais Free Fire diariamente", disse a mãe. 

A receita só foi notada quando Priscila chegou em casa e mostrou as recomendações para um parente. "Como meu filho vai tomar sorvete de chocolate? Ele está com a garganta inflamada", indagou. 

O receituário médico entregue à mulher incluem sorvete de chocolate e Free Fire — jogo de tiro e sobrevivência para celular —, além de remédios analgésicos e antibióticos, como amoxicilina e dipirona. 

Descaso médico

Segundo o G1, o médico responsável pelo atendimento possui seu registro ativo no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), entretanto, ele não possui nenhuma especialidade registrada, embora, em seu carimbo, ele se identifique como neurologista. 

Além do receituário, a mãe do menino reclamou de outro problema relacionado a UPA, a farmácia gratuita mais próxima do local fica a cerca de 15 minutos de caminhada, o que fez com que os medicamentos para o filho só pudessem ser comprados no dia seguinte ao atendimento.

Em nota, a prefeitura de Osasco informou que o jovem chegou à UPA com um quadro clínico de nasofaringite aguda e que após o atendimento, o prontuário descrito pelo médico relatava que a criança estava com um quadro inflamatório agudo, mas sem sinais de gravidade. 

O médico refere ter prescrito o sorvete para alívio da dor, já que a ingestão de gelado exerce efeito anestésico e assim a criança conseguiria se alimentar durante a fase aguda da doença", alegou a prefeitura no comunicado. 

Por fim, afirma que "devido à conduta indevida com o paciente e seus familiares e o não esclarecimento das condutas tomadas, o médico foi desligado do quadro de prestadores de serviços."

Já o Cremesp, ao G1, relatou não ter sido notificado oficialmente sobre o ocorrido. Porém, "após o recebimento da denúncia, o Conselho iniciará o processo apuratório do caso em questão".