Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Whang-Od

106 anos: Tatuadora indígena é mulher mais velha a aparecer em capa da Vogue

Mais recente edição da Vogue das Filipinas trouxe uma modelo diferente das outras

Ingredi Brunato Publicado em 03/04/2023, às 11h14

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Trecho de documentário sobre Whang-Od - Divulgação/ Youtube/ DW Documentary
Trecho de documentário sobre Whang-Od - Divulgação/ Youtube/ DW Documentary

A mais recente edição da Vogue filipina trouxe uma indígena de 106 anos em sua capa — a mulher mais velha a já ter aparecido na frente da revista de moda. Apo Maria, que é mais conhecida como "Whang-Od", é uma tatuadora com décadas de experiência. 

Parte da tribo Kalinga, que vive em uma área montanhosa das Filipinas, a anciã é uma "mambabatok", ou seja, especialista na arte do "batok", que consiste na confecção de tatuagens tradicionais nativas.

Whang-Od foi iniciada na prática com apenas 16 anos, o que significa que ela já faz pinturas corporais permanentes em si e em outros indígenas Kalingas há nada menos que 90 anos. 

Aclamada como a última 'mambabatok' de sua geração, ela imprimiu os símbolos da tribo Kalinga — significando força, bravura e beleza — na pele de milhares de pessoas que fizeram a peregrinação a Buscalan [vilarejo onde a mulher mora]", escreveu a Vogue, descrevendo a nativa ainda como "um símbolo da força e beleza do espírito filipino". 

Arte e resistência 

Conforme repercutido pelo The Guardian, a execução do batok envolve o uso de um espinho para aplicar na pele uma tinta feita de corante natural e fuligem.

A técnica, porém, quase foi perdida pela tribo Kalinga — não fosse por Whang-Od, que manteve a forma de arte viva através dos anos, sendo capaz de eventualmente passar seu conhecimento adiante para jovens aprendizes. 

Em entrevista à CNN, Bea Valdes, a editora-chefe da Vogue de Filipinas, falou sobre a capa histórica: 

Sentimos que ela representava nossos ideais sobre o que há de belo em nossa cultura filipina. Acreditamos que o conceito de beleza precisa evoluir e incluir rostos e formas diversas e inclusivas. O que esperamos falar é sobre a beleza da humanidade", explicou a jornalista.