Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Ciência

Viagens até Marte podem causar problemas renais graves, segundo especialistas

Embora viagens interplanetárias pareçam estar cada vez mais próximas da realidade, ainda existem muitos empecilhos a serem superados; entenda!

Imagem ilustrativa de Marte - Foto de Aynur_zakirov, via Pixabay
Imagem ilustrativa de Marte - Foto de Aynur_zakirov, via Pixabay

Quanto mais o tempo passa, mais parece que realizar viagens interplanetárias, principalmente até Marte, é uma realidade cada vez mais próxima. De fato, as pesquisas espaciais progridem muito todos os anos, e novos testes sempre são feitos, sendo o planeta vermelho um atrativo especial pela possibilidade de vida ser viável lá.

No entanto, mesmo que as naves espaciais estejam cada vez mais avançadas, ainda há uma série de empecilhos que impedem a normalização dessas viagens. E entre eles, está a possibilidade de esses trajetos provocarem, nos astronautas, uma série de problemas graves nos rins, o que comprometeria o curso das viagens.

Conforme repercutido pelo g1, um estudo publicado na revista Nature apontou que a radiação espacial (proveniente dos ventos solares ou da radiação cósmica galática) causa problemas na saúde, que vão desde perda de massa óssea ao enfraquecimento do coração e da visão, e o desenvolvimento de cálculos renais.

Sabemos o que aconteceu com os astronautas em missões espaciais relativamente curtas até agora, em termos de aumento de problemas de saúde, como pedras nos rins", afirma em comunicado do University College London o autor principal do estudo, Keith Siew, do Tubular Centre. "O que não sabemos é por que esses problemas ocorrem e o que acontecerá com os astronautas em voos mais longos, como a missão proposta para Marte".

Para entender mais sobre os efeitos da radiação espacial nos astronautas, os pesquisadores submeteram ratos a doses simuladas de radiação, similares ao que viajantes espaciais receberiam em uma missão de entre 1,5 e 2,5 anos.

E acabaram notando que os rins dos animais apresentaram sinais de contração menos de um mês após essa exposição — embora também fosse uma causa suspeita a microgravidade, o que demonstra como o estudo ainda precisa de mais avanços.

De qualquer forma, ainda se mostra uma preocupação válida a saúde renal dos astronautas que passem até três anos expostos à radiação espacial, que pode levar a danos permanentes ou alguma perda de função renal.

"Se não desenvolvermos novas maneiras de proteger os rins, eu diria que, mesmo que um astronauta consiga chegar a Marte, ele poderá precisar de diálise no caminho de volta", alerta Keith Siew. "Sabemos que leva tempo para os rins mostrarem sinais de danos causados pela radiação. Quando isso se torna aparente, provavelmente é tarde demais para evitar falhas renais, o que seria catastrófico para as chances de sucesso da missão".

Avanços

Stephen Walsh, coautor do estudo, acrescenta que, para possibilitar com maior segurança as viagens até Marte, um medicamento para proteger os rins pode ser desenvolvido no futuro: "Não é possível proteger os rins da radiação galática com um estudo, mas, à medida que aprendemos mais sobre a biologia dos rins, pode ser possível desenvolver medidas tecnológicas ou farmacêuticas para facilitar viagens espaciais prolongadas".

Quaisquer medicamentos desenvolvidos para astronautas também podem ser benéficos aqui na Terra, por exemplo, permitindo que os rins de pacientes com câncer tolerem doses mais altas de radioterapia, pois os rins são um dos fatores limitantes nesse sentido", conclui o pesquisador.