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Notícias / Marte

Pesquisadores chineses descobrem musgo que pode ajudar a 'colonizar' Marte

Encontrado em regiões como a Antártica e o deserto de Mojave, musgo pode resistir a condições semelhantes às do planeta vermelho; entenda!

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 01/07/2024, às 12h13

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Imagem ilustrativa de Marte - Foto de Aynur_zakirov, via Pixabay
Imagem ilustrativa de Marte - Foto de Aynur_zakirov, via Pixabay

Cientistas chineses afirmam ter descoberto que um musgo do deserto pode ser essencial para o estabelecimento de vida em Marte. De acordo com os pesquisadores, o Syntrichia caninervis — um musgo encontrado em regiões como a Antártica e o deserto de Mojave — é capaz de resistir a condições semelhantes às do planeta vermelho, incluindo secas, altos níveis de radiação e frio extremo.

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Segundo a equipe, este é o primeiro trabalho a analisar a sobrevivência de plantas inteiras em ambientes com tais características; ao mesmo tempo, em que se estuda o potencial de cultivo delas na superfície do planeta, e não em estufas. 

Os insights únicos obtidos em nosso estudo estabelecem a base para a colonização do espaço sideral usando plantas naturalmente selecionadas e adaptadas a condições extremas de estresse", escreve a equipe, segundo repercutido pelo The Guardian. 

Dando vida à Marte

Especialista em musgo da Universidade da Flórida, o professor Stuart McDaniel, que não tem relação com o estudo, apontou que a ideia possui seus méritos. "O cultivo de plantas terrestres é uma parte importante de qualquer missão espacial de longo prazo porque as plantas transformam eficientemente dióxido de carbono e água em oxigênio e carboidratos — essencialmente o ar e os alimentos de que os humanos precisam para sobreviver". 

O musgo do deserto não é comestível, mas poderia fornecer outros serviços importantes no espaço", disse ele ao Guardian.

Em artigo publicado na revista The Innovation, os pesquisadores chineses apontam que o musgo do deserto não apenas sobreviveu em tais condições, mas também se recuperou com certa facilidade da desidratação quase completa. 

Ele também se mostrou capaz de se regenerar em condições normais de crescimento após ficar cinco anos em temperatura de -80ºC e até 30 dias a -196ºC; além de ser exposto aos raios gama com doses em torno de 500Gy promovendo até mesmo um novo crescimento.

A equipe, conforme detalha o The Guardian, criou uma ambientação com condições como pressão, temperatura, gases e radiação UV semelhantes às de Marte, e descobriu que o musgo sobreviveu neste ambiente — sendo capaz de se regenerar sob condições normais de crescimento, mesmo após sete dias de exposição. A equipe também notou que plantas que foram secas antes dessa exposição se saíram melhor.

Olhando para o futuro, esperamos que esse musgo promissor possa ser levado a Marte ou à Lua para testar ainda mais a possibilidade de colonização e crescimento de plantas no espaço sideral", escrevem os pesquisadores.