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Matérias / Crimes

46 anos do Horror em Amityville: Neste dia, em 1974, Ronald DeFeo Jr. assassinava toda sua família

Considerado um dos crimes mais bárbaros e chocantes da história americana, caso é reconhecido, ainda hoje, por sua dramatização cinematográfica; conheça 5 fatos sobre os homicídios

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 13/11/2020, às 00h00

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Mugshot de Ronald DeFeo Jr. - Divulgação/ YouTube/ Rotting Llama Productions
Mugshot de Ronald DeFeo Jr. - Divulgação/ YouTube/ Rotting Llama Productions

A madrugada já caia naquele 13 de novembro de 1973, quando um homem de boa aparência entra no Henry’s Bar, em Amityville, Long Island, nos Estados Unidos. Apesar de ser um lugar com um ambiente mais descontraído, a energia do local mudou quando Ronald DeFeo Jr. apareceu no estabelecimento.  

Atônito, o rapaz não estava em busca de nenhuma gota de álcool, muito pelo contrário, o único pedido que fez foi por alguém que o socorresse. “Vocês precisam me ajudar!”, exclamou. “Acho que minha mãe e meu pai foram baleados”. 

O silêncio paira sobre o bar. O desespero é visível nos olhos de DeFeo. Imediatamente um grupo de pessoas se disponibiliza para acompanhá-lo de volta a casa 112 da Ocean Avenue, que não ficava muito longe dali. 

Casa em Amityville e Ronald DeFoe Jr, autor do massacre / Crédito: Wikimedia Commons

Ao adentrarem a casa, constataram o pior: todos estavam mortos. Haviam sido vítimas de um verdadeiro massacre, brutal e impiedoso. Joe Weswit, um dos integrantes do grupo de apoio a Ronald, faz uma ligação de emergência para a polícia do condado de Suffolk. “Vocês não vão acreditar no que aconteceu aqui”. 

Eles estavam diante de um dos crimes mais famosos, violentos e chocantes de toda a história americana. A carnificina, futuramente, serviria de inspiração para livros e para o clássico do cinema Horror em Amityville

Conheça mais sobre os assassinatos em 5 fatos brutais: 

1. O réu confesso 

Após o choque, Ronald, com 23 anos na época, foi levado até a delegacia local. Os policiais o escoltaram para sua própria proteção, afinal, disse que suspeitava que a morte de seus familiares — seus pais Ronald (43 anos) e Louise (42); e seus irmãos Dawn (18), Allison (13), Marc (12) e John Matthew (9) - haviam sido encomendadas pela máfia a um matador de aluguel chamado Louis Fallini

Casa onde o crime aconteceu / Crédito: Getty Images

Porém, no dia seguinte, após inúmeras contradições em seu depoimento, Ronald confessou a autoria dos crimes: “Quando comecei, não consegui parar. Foi tão rápido”, relatou aos policiais. Após matar sua família, relatou que tomou banho, livrou-se de suas roupas ensanguentadas e colocou uma limpa, e seguiu calmamente até o bar. 


2. Julgamento, insanidade e a voz de espíritos 

Quase dois anos depois, em 14 de outubro de 1975, começou o julgamento de Ronald. Sua defesa, feita pelo advogado William Weber, montou um argumento afirmando insanidade de seu cliente. Segundo DeFeo, todos os dias, por volta das 3h15, mesmo horário dos crimes, ele acordava com uma voz demoníaca dizendo: “Mate a sua família, mate a sua família”. 

O réu disse que suportou os pedidos macabros por muito tempo, até que chegou um dia que simplesmente sucumbiu a voz maléfica, fazendo aquilo que o espírito tanto lhe pedia. O fator insanidade foi apoiado pelo psiquiatra de defesa, o doutor Daniel Schwartz

Ronald em seu julgamento / Crédito: Richard Drew

Porém, o Dr. Harold Zolan, psiquiatra do Ministério Público, declarou que, embora DeFeo fosse usuário de heroína e LSD, e que tivesse traços de transtorno de personalidade anti-social, ele estava plenamente consciente quando cometeu os crimes. 


3. As controvérsias do caso 

Assim, Ronald foi considerado culpado em seis acusações de homicídio em segundo grau. Em 4 de dezembro daquele ano, o juiz Thomas Stark anunciou sua condenação em seis penas consecutivas de 25 anos de prisão. No entanto, alguns pontos chamam a atenção no caso.

Todas as vítimas foram encontradas pelos policias em suas respectivas camas. Nenhuma delas apresentava quaisquer sinais de luta ou que foram sedadas. Esse ponto levanta o seguinte questionamento: Como nenhum deles despertou com o barulho dos tiros? O disparo tampouco foi notado por seus vizinhos, porém, não há evidências que o rifle Marlin 226c, calibre 0.35, que foi usado nos crimes, tinha sido equipado como um silenciador.  

Rifle usado no crime / Crédito: Wikimedia Commons

Os policiais e os legistas que participaram das investigações ficaram impressionados não só com a rapidez dos crimes como também com a amplitude das mortes. Aí surge uma nova dúvida: Teria outra pessoa ajudado Ronald a cometer os crimes?


4. As versões 

No tempo que ficou preso, DeFeo deu inúmeros relatos diferente sobre os assassinatos, divergindo de como seus familiares foram executados. Durante uma entrevista em 1986, por exemplo, ele disse que sua mãe havia sido a responsável pela chacina. A versão foi considerada "absurda" por um ex-oficial de justiça.  

Já em novembro de 2000, Ronald recebeu a visita do escritor Ric Osuna, que escreveu o livro A Noite de Horror dos DeFeo. Para Osuna, ele disse que cometeu o crime por estar “desesperado” com Dawn.

O criminoso afirmou que, depois de uma das várias brigas com seus pais, planejou ao lado de sua irmã as execuções. No entanto, alega que ficou furioso ao saber que ela havia executado seus irmãos como uma forma de acabar com possíveis testemunhas. Assim, ele a jogou em sua cama e atirou em sua cabeça.  

Capa do livro A Noite de Horror dos DeFeo, de Ric Osuna / Crédito: Divulgação

Vale ressaltar que, na perícia feita no corpo de Dawn, foi encontrado vestígios de pólvora na camisola da jovem, o pode indiciar que ela havia realmente descarregado uma arma de fogo. Porém, essa linha de investigação não teve prosseguimento. 


5. A motivação pelos crimes 

Por ser o mais velho entre seus irmãos, Ronald, que tinha o apelido de Butch, acabou sendo o terceiro ‘adulto’ da família, tendo mais obrigações que os demais. Desde criança, há relatos que ele sofria com os abusos do pai.  

Isso fez com que ele se tornasse um adolescente problemático, chegando a desenvolver transtorno de personalidade. Apesar de uma consulta psiquiátrica não ter constatado nenhum problema significativo, seus pais começaram a lhe encher de bens materiais. No seu 14º aniversário, por exemplo, o garoto ganhou uma lancha.  

Ronald em entrevista na prisão / Crédito: Divulgação/ YouTube

Com o tempo, quando seus pais passaram a se recusar lhe dar mais dinheiro, ele passou a roubá-los. A situação ficou mais grave ainda quando ele completou 17 anos. Neste ano, ele foi expulso da escola por uso de drogas e por se meter em muitas brigas.  

Os episódios de tensão aumentaram dentro de casa, com muitas brigas internas. Em uma delas, inclusive, Butcher pegou o rifle e apontou para o rosto de seu pai. A tragédia só não foi maior pois a arma estava descarregada, algo que ele só percebeu ao apertar o gatilho. Apesar desses episódios, ainda hoje não há uma explicação plausível para tamanha atrocidade cometida por Ronald DeFeo Jr.


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