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Matérias / Brasil

5 curiosidades sobre Isabel Maria de Alcântara, a filha de D. Pedro com a Marquesa de Santos

Embora tenha sido fruto do famoso caso extraconjugal, Isabel viveu uma vida de princesa e só descobriu a verdade muito depois

Ingredi Brunato Publicado em 04/09/2020, às 08h00

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Representação de Isabel Maria de Alcântara - Wikimedia Commons
Representação de Isabel Maria de Alcântara - Wikimedia Commons

Isabel Maria de Alcântara (não confundir com sua irmã mais nova, Maria Isabel de Alcântara) foi a filha mais velha de D.Pedro I, o imperador do Brasil, com a nobre Domitila de Castro Canto e Melo, que não era sua esposa, mas sim sua famosa amante, a Marquesa de Santos. 

O caso entre o imperador e a marquesa ficou muito famoso na época e é abordado até hoje quando se fala da família real brasileira. A menina, nascida em 23 de maio de 1824, seria a primeira dos cinco filhos que o casal teve ao todo. 

1. Ela não foi assumida imediatamente pelo pai 

Isabel Maria nasceu no Rio de Janeiro, e foi a princípio registrada como filha de pais incógnitos. Quem cuidou dela quando era bebê foram seus avós maternos, pais da Marquesa de Santos, alegando que a criança havia sido deixada na frente da porta deles. 

O mistério sobre a identidade do bebê terminou de forma oficial quando Isabel estava perto de seu aniversário de dois anos de idade: naquele ano, D. Pedro I assumiu publicamente sua paternidade, e ainda assinou um decreto concedendo um título da nobreza à filha. 

A partir de então, a menina se tornou a Duquesa de Goiás, tendo sido a primeira a única a receber esse título. Para selar as notícias, houve uma festa de gala na glamurosa residência que o Imperador tinha mandado construir para a Marquesa de Santos. Claro que apesar da festa ser supostamente para Isabel, pelo fato dela ainda ser um bebê, provavelmente os adultos aproveitaram bem mais. 

Pintura de D.Pedro I, pai de Isabel Maria de Alcântara / Crédito: Wikimedia Commons 


2. Ela foi expulsa do palácio real 

O início da vida da Duquesa de Goiás foi de grande luxo. Ela frequentava o palácio real e era educada juntamente com suas irmãs, que eram filhas de D.Pedro I com sua esposa de fato, a imperatriz Leopoldina. Basicamente, não recebia tratamento diferente do prestado a uma princesa brasileira. 

Quando Dona Leopoldina morreu, não muito depois, a menina foi levada para morar no Palácio de São Cristóvão, a residência real, de forma definitiva. Nessa época, Isabel Maria tinha ainda três anos. 

Dois anos depois, seu pai se casou novamente, e a nova imperatriz, vinda de fora do Brasil, trouxe consigo novas regras: não queria a presença da menina bastarda em São Cristóvão. Foi assim que a pequena Duquesa de Goiás foi enviada para um palácio de verão em Niterói, e nem bem teve tempo de se acostumar ao lugar, seu pai decidiu mandá-la para a ainda mais longe: para estudar na Europa.


3. Estudou em um colégio interno de freiras 

Isabel Maria foi enviada para França, com uma carta de recomendação dizendo que sua instrução deveria ser “a melhor possível para fazer uma freira, com a menor despesa possível, sem contudo faltar à decência devida a uma filha de Sua Majestade, posto que bastarda”. 

Durante a viagem, é possível dizer que a duquesa se safou da morte por sorte, pois ocorreu um surto de febre na embarcação em que estava, e a garota inclusive alegou que estava com dor no peito. Na época, morrer por conta de febre não era algo tão incomum, tendo sangue azul ou não. Então é possível imaginar que o episódio foi preocupante.

Em Paris, a duquesa, que tinha então seis anos, passou a estudar em um colégio interno destinado a filhas de aristocracia francesa. As freiras responsáveis pela educação no internato disseram mais tarde que a garota era educada e ia bem em todas as disciplinas, apesar de ser “dada a variações de humor” quando era obrigada a estudar, o que pode ser uma maneira de falar que fazia certa birra. 

Marquesa de Santos, mãe de Isabel Maria de Alcântara / Crédito: Wikimedia Commons


4. Criada pela madrasta

D. Pedro I acabou vindo para a Europa não muito depois, tendo abdicado do trono do Brasil e deixando para seu filho mais novo, que viria a ser D. Pedro II. Foi assim que Isabel Maria teve a oportunidade de viver mais uma vez com o pai. 

Embora a esposa do imperador ainda fosse a Dona Amélia, agora, por algum motivo, a imperatriz estava mais tolerante à presença da garota, e acabou se tornando uma figura materna para a duquesa.


5. Ela não sabia que era bastarda 

Isabel Maria foi separada tão jovem de sua mãe que não tinha mais qualquer conexão com ela. Para a duquesa, ela sempre fora uma filha do imperador, vivendo em palácios e rodeada pela nobreza. Suas origens eram um segredo, e não por acaso, mas por ordens do próprio D. Pedro I. 

Assim, foi apenas aos 24 anos (quando seu pai já estava morto) que a duquesa foi contatada pela irmã, Maria Isabel de Alcântara, e seu marido, o conde de Iguaçu. Segundo conta a história, teria sido um choque para moça descobrir que era fruto de uma relação extraconjugal. 

Para provar suas afirmações, o conde de Iguaçu enviou cartas que D.Pedro I e a Marquesa de Santos enviavam um para o outro. Não quaisquer cartas, no entanto, porém aquelas em que falava da filha primogênita, Isabel Maria de Alcântara. 

A duquesa viveu uma vida longa, tendo morrido apenas aos 74 anos de idade.


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