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Matérias / Josefina de Beauharnais

Casamento turbulento e hostilidade: Veja fatos sobre Josefina Bonaparte

Conheça detalhes sobre a vida de Josefina, a encantadora Imperatriz francesa que viveu um turbulento casamento com Napoleão

Redação Publicado em 26/09/2023, às 17h21 - Atualizado em 30/11/2023, às 14h58

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Pintura de Josefina de Beauharnais, a primeira esposa de Napoleão - Wikimedia Commons
Pintura de Josefina de Beauharnais, a primeira esposa de Napoleão - Wikimedia Commons

Marie-Joseph Rose de Tascher de la Pagerie, mais conhecida como Josefina, foi a primeira imperatriz da França, mas sua história não se resume a isso. A busca da estabilidade financeira desde a infância e a execução de seu primeiro marido, com quem tinha dois filhos, são algumas das coisas que precederam seu relacionamento com general Bonaparte.

Enquanto você se prepara para assistir ao filme 'Napoleão' de Ridley Scott, o site Aventuras na História pesquisou a história de Josefina através do site da Fondation Napoléon. Desde a sua infância, passando por sua vida como imperatriz, até seu falecimento após a queda do Império. 

1. A infância

Marie-Joseph Rose de Tascher de la Pagerie nasceu no dia 23 de junho de 1763, na plantação Tros-Îlets, localizada na ilha francesa de Martinica. A filha mais velha de uma família nobre, que na época respondia ao apelido de Rose, foi enviada ao convento Dames-de-la-providence, aos 10 anos. 

Sua ida à instituição tinha como objetivo adquirir uma educação adequada para se casar com um filho de uma família abastada e sanar os problemas financeiros de sua família, o que funcionou. Aos 16 anos, Rose, se casou com Alexandre de Beauharnais, de 19 anos, no dia 13 de dezembro de 1779, em Noisy-le-Grand, uma comuna nos arredores de Paris. 

O casal se estabeleceu nos subúrbios que circundavam Paris com seus dois filhos, um menino chamado Eugène e uma menina chamada Hortense, nascidos em 1781 e 1783, respectivamente. Porém, o relacionamento sofreu turbulências que culminaram em separação no dia 5 de março de 1785. 

Com o fim de seu casamento, Rose ficou responsável pela criação de Hortense, enquanto Alexandre cuidou de Eugène. Mas ao enfrentar dificuldades financeiras, ela retornou com sua filha à Martinica, onde permaneceriam por dois anos, conforme repercutido pelo site da Fondation Napoléon.

2. Dificuldades

A Revolução Francesa, iniciou-se em Paris, no ano de 1789, mas suas repercussões atingiram a Martinica em 1790, momento em que ela regressou a Paris com a filha. Ao chegar na capital francesa, se reconectou com o marido, que em 1791, atuava como presidente da assembleia constituinte do governo francês. 

A relação dos dois fora restabelecida por Rose, que visava ganhar influência e cultivar conexões políticas, entretanto, seu plano fracassou, quando Alexandre, encarregado de proteger a cidade de Mainz (que fazia parte da França sob o nome de Mayence), falhou em sua tarefa e a região fora dominada por prussianos e austríacos. 

Renunciar ao cargo não foi suficiente para ele, que foi preso em janeiro de 1794 e executado em 23 de julho de 1794. Rose, que também havia sido detida por conspiração política, escapou da guilhotina graças à queda de Robespierre em 28 de julho.

3. A ascensão

Ao receber a liberdade em agosto de 1794, permaneceu em Paris, onde conheceu um jovem general em 1975, chamado Napoleão Bonaparte, que se apaixonou imediatamente e lhe apelidou de Josefina

Em um primeiro momento, ela não demonstrou interesse pelo general, que era seis anos mais novo e não possuía filhos. Mas o desinteresse era compensado pela ambição que ambos compartilhavam. Seu relacionamento com Napoleão lhe trazia prestígio e segurança financeira, afinal, ele foi introduzido à alta sociedade. Assim, se casaram em 9 de março de 1796. 

As personalidades dominantes de Napoleão e Josefina tornaram o relacionamento tempestuoso desde o início. Napoleão se ausentava em campanhas militares e sua esposa se mantinha em Paris para cultivar sua posição social. Os longos meses de distância atrapalharam o relacionamento, marcado por infidelidades mútuas. 

Com o golpe militar de 18 de Brumário, que ocorreu entre 9 e 10 de novembro de 1799, Napoleão se tornou o primeiro cônsul francês e o casal se realocou para o Palácio das Tulherias, onde Josefina organizou eventos tidos como inesquecíveis. 

O novo cargo de seu marido significou ainda mais regalias e gastos, que incluíam desde roupas até a casa senhorial Malmaison, conhecida por seus jardins de rosas e animais exóticos, como zebras, avestruzes e cangurus. 

Contudo, as regalias para manter sua posição na alta-sociedade francesa vieram acompanhadas de atritos em seu casamento. O charme amenizava o descontentamento de seu marido, que chegou a afirmar que reconheceu “ganhar batalhas, masJosefina ganha corações”.

Pintura de Josefina de Beauharnais - Reprodução/Wikimedia Commons

4. Desavenças

Todavia, os encantos de Josefina não foram suficientes para agradar à família de Napoleão. Eles mantiveram abertamente uma rivalidade, que nem mesmo o general conseguiu apaziguar por meio da adoção do enteado Eugène e o casamento da sua enteada Hortense com seu irmão, Luís Bonaparte

Em defesa de sua esposa, Napoleão fez com que suas irmãs carregassem o seu vestido durante a cerimônia de consagração e a coroação de 1804, além de insistir pelo título de imperatriz para Josefina

Entretanto, é importante ressaltar que, uma das causas de atrito entre os Bonaparte e Josefina era que a mesma não havia gerado herdeiros, algo que o agora imperador também insistia. Josefina chegou a procurar um tratamento para sua infertilidade, mas não obteve sucesso.

5. A queda

No dia 15 de dezembro de 1809, os encantos de Josefina perderam o efeito e o casal se separou. Durante a separação, Napoleão proferiu uma declaração a respeito de sua antiga amada. 

Ela foi coroada com minha mão; Quero que ela mantenha o posto e o título de Imperatriz, mas definitivamente não quero que ela duvide dos meus sentimentos e quero que ela sempre me considere como seu melhor e mais querido amigo”, disse Napolão.

Josefina continuou morando em Malmaison, onde se dedicou na manutenção da residência e a sua extensa coleção de arte. Ela tinha mais de duzentas telas que exibia com orgulho aos seus convidados. 

Em poucos anos, a França se viu em perigo. O fracasso de Napoleão em sua campanha na Rússia resultou em uma investida de potências europeias. Em 1814, o país foi invadido e, em 30 de março, sua capital, Paris, se rendeu e fora ocupada pelas tropas do czar Alexandre I durante um ano. Meses depois, o Império sucumbiu e Napoleão foi exilado em Elba, na Itália.

O final de Josefina se diferencia do experienciado por seu ex-companheiro. Sua amizade com o czar russo Alexandre I, pautada em um gosto compartilhado por arte e no respeito do monarca russo com seus dois filhos, lhe mantiveram nas boas graças do novo rei da França, Luís XVIII, que mantinha uma aliança pacífica com o czar. 

Aos 51 anos, Josefinafaleceu em decorrência de uma pneumonia em Malmaison, no dia 29 de maio de 1814. Seu funeral foi sediado pela igreja de Saint-Pierre-et-Saint-Paul, em Reuil, quatro dias após sua morte. 

Estátua de Josefina, localizada ao lado de seu túmulo - Reprodução/Napoleon.org