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Matérias / Napoleão

A relação turbulenta entre Napoleão e Josefina, mostrada em filme

Novo longa histórico de Ridley Scott, 'Napoleão' acompanha o lendário imperador francês e, entre suas glórias, a relação com Josephine

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 14/09/2023, às 18h02 - Atualizado em 23/11/2023, às 10h39

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Cena do trailer de 'Napoleão' (2023), com Joaquin Phoenix e Vanessa Kirby e retratos dos personagens históricos - Domínio Público e Reprodução/Apple TV+
Cena do trailer de 'Napoleão' (2023), com Joaquin Phoenix e Vanessa Kirby e retratos dos personagens históricos - Domínio Público e Reprodução/Apple TV+

Nos últimos meses, dois dos filmes mais comentados e que, para muitos, são as principais produções de 2023, foram 'Barbie' e 'Oppenheimer', de Greta Gerwig e Christopher Nolan, respectivamente. No entanto, ainda em 2023, muitos aguardaram outra estreia: 'Napoleão'. Dirigido por Ridley Scott, o filme já pode ser conferido nos cinemas brasileiros, com Joaquin Phoenix e Vanessa Kirby no elenco.

O filme, no caso, acompanhará as "origens do comandante militar Napoleão Bonaparte e sua rápida ascensão. Uma visão através do prisma de seu relacionamento e muitas vezes volátil com sua esposa e por ser amor verdadeiro, Josefina", descreve a sinopse.

Por mais que muitos acreditem que uma figura tão importante na História quanto Napoleão tenha muito de sua vida a ser contado, e por isso seria uma certa perda de tempo a narrativa dedicar-se ao romance na vida do estadista, a verdade é que o relacionamento com Josefina teve grande impacto em sua vida, que chegou ao fim na ilha de Santa Helena em 5 de maio de 1821.

Muitos já sabem como se deu a história de Napoleão Bonaparte, e sua relação com a França e o Exército do reino. Pensando nisso, relembre como se desenrolou seu turbulento amor por Josephine de Beauharnais, antiga imperatriz da França e sua esposa, uma das maiores perdas da vida do imperador:

Pinturas de Napoleão Bonaparte e Josephine de Beauharnais
Pinturas de Napoleão Bonaparte e Josephine de Beauharnais / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Início conturbado e mentiras

De acordo com o El País, Napoleão e Josefina se conheceram em 1795 — ainda em meio aos desenrolares da Revolução Francesa (1789 - 1799) —, nos movimentados e libertinos salões franceses. Na época, aquele que se tornaria um dos homens mais poderosos da História tinha somente 26 anos, e uma considerável fama após liderar um pequeno exército durante as revoltas da época.

Quando conheceu Josefina — uma das viúvas mais conhecidas de Paris após seu marido, o visconde Alexandre de Beauharnais, ser guilhotinado —, ela era seis anos mais velha que ele. Napoleão rapidamente se viu apaixonado.

Então, auxiliado por Paul Barras, líder do governo e um dos muitos amantes de Josefina, casou-se com ela em uma cerimônia civil, somente seis meses depois, na Câmara Municipal de Paris. Uma curiosidade é que ambos mentiram a idade na certidão de casamento: ela tirou quatro anos, e ele acrescentou um.

No entanto, apenas dois dias depois do casamento, Napoleão se viu na obrigação de partir, rumo a uma invasão na Itália. Paralelamente ao início do romance do estadista francês, o exército viu sua glória: os combatentes capturaram a Itália e renderam a Áustria.

Durante sua missão, Napoleão não deixou de pensar em Josefina: todos os dias, às vezes mais de uma vez, escrevia cartas para ela. No entanto, logo após sua saída de Paris, a mulher voltou a infidelidade. 

Após a situação na Itália se tranquilizar, Napoleão sugeriu a Josefina que ela fosse vê-lo, o que ela aparentemente não tinha muito interesse em fazer. Acredita-se que a mulher teria, inclusive, inventado uma gravidez para justificar a permanência em Paris e, posteriormente, um aborto.

Josephine de Beauharnais / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Desesperado, Napoleão pensou em regressar a Paris, o que chamou atenção do governo, visto que poderia comprometer o andamento das batalhas. Então, Paul Barras convenceu (e forçou) Josefina a viajar para a Itália de volta ao marido.

Egito e a revelação

Após o tempo passado na Itália, Napoleão e Josefina retornaram a Paris, onde desfrutaram de mais um momento juntos. Assim, o general partiu com as tropas francesas para conquistar, dessa vez, o Egito. E a mulher, mais uma vez, seguiu com seus outros romances além do marido, enquanto ele pilhava muitas das joias arqueológicas que podem ser encontradas ainda hoje no Museu do Louvre.

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Foi no Egito, porém, que um de seus homens de confiança contou sobre os rumores das constantes traições de Josefina, conhecidas ao redor de Paris. Louco com a informação, Napoleão regressou imediatamente a Paris, porém, para a surpresa inclusive de Josephine, não pediu divórcio; em vez disso, afastou-se gradualmente dela, despertando um estranho sentimento de ciúmes e paixão, enquanto ele mesmo assumia suas próprias amantes.

Nesse contexto, Josephine começou a gastar quantias exorbitantes em joias e outros luxos. E em paralelo, em 1805, Napoleão se coroou imperador vitalício da França, na Catedral de Notre Dame, o que levantou outro aspecto importante: ele precisava de um herdeiro.

Retrato de Napoleão Bonaparte
Retrato de Napoleão Bonaparte / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Josefina foi, então, coroada imperatriz da França, e eles se casaram oficialmente na Igreja, por mais que o relacionamento já estivesse praticamente desfeito. Porém, o divórcio nunca foi realmente cogitado pelo casal, além de que, ela aparentava possuir um talento especial para ser imperatriz.

Divórcio

Essa situação conflituosa entre Napoleão e Josefina perduraria por mais quatro anos, até que aconteceu algo que não poderia ser ignorado: uma das damas de honra da imperatriz estava grávida do estadista francês. Até essa época, vale lembrar, Napoleão acreditava que poderia até mesmo ser estéril, mas a informação acabou servindo para acelerar o divórcio.

Então, em 1809, uma das fases mais complicadas nas Guerras Napoleônicas, o casal finalmente se divorciou. De maneira surpreendente, os dois apareceram em um evento público, onde exibiram ao público uma declaração de devoção reciprocamente, mas que apresentava o divórcio como um sacrifício pensando no bem da França, antes de tudo, para que Napoleão tentasse conseguir o novo herdeiro.

No entanto, o título de imperatriz nunca foi retirado de Josefina. Rapidamente, o imperador casou-se Maria Luísa da Áustria, filha do rei da Áustria, Francisco I, da Casa de Habsburgo. E foi com ela então que, em 1811, teve finalmente seu tão esperado herdeiro: Napoleão François Joseph Charles Bonaparte, ou apenas Napoleão II.

Maria Luísa da Áustria
Maria Luísa da Áustria, a segunda esposa de Napoleão Bonaparte / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

O fim

Poucos anos depois do nascimento de Napoleão II, em 29 de maio de 1814, Josephine morreu, aos 50 anos. Em paralelo, o grande poder que Napoleão conquistou outrora ruiu pouco a pouco, até que em 1815 foi derrotado na Batalha de Waterloo e, repudiado pelo próprio povo, abdicou de sua posição como imperador.

Derrotado, o francês foi enviado pelos ingleses até a ilha de Santa Helena, onde passaria quase seis anos se dedicando a ditar suas memórias. Apesar de todas as inúmeras vitórias que teve, foram as derrotas que mais remoeu.