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Matérias / HIV

Cura da AIDS: Quinto homem a ser se curado revela sua história

Em 2018, Paul Edmonds possuía AIDS e leucemia ao mesmo tempo — situação que o tornou elegível para um promissor tratamento

Redação Publicado em 24/04/2023, às 18h21

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Paul Edmonds durante entrevista - Divulgação/ Youtube/ ABC News
Paul Edmonds durante entrevista - Divulgação/ Youtube/ ABC News

Em 2018, Paul Edmonds corria sério risco de vida, tendo sua saúde ameaçada não por uma, mas por duas doenças graves: a AIDS e a leucemia, câncer que afeta as células do sangue. 

As perspectivas para o norte-americano, que já estava então na terceira idade, não eram boas. Contra todas as probabilidades, porém, Edmonds está vivo hoje, em 2023 — e se livrou não só de uma condição, mas das duas, se tornando ninguém menos que a quinta pessoa no mundo a se curar da AIDS após receber um tratamento único. 

História

Fotografia de Paul e parceiro, Arnie House / Crédito: Divulgação/ Arquivo Pessoal/ Paul Edmonds 

Paul Edmonds descobriu ser soropositivo para o HIV, o vírus da Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS) ainda em 1988, tendo se infectado durante a epidemia da doença na comunidade gay de São Francisco, cidade onde morava na época. 

Mesmo já existindo medicamentos antirretrovirais, não eram tão disseminados, e Edmonds viu muitos amigos viram a óbito como consequência da condição. A certo ponto, as mortes seriam até mesmo semanais. 

No começo, era como uma maldição. As pessoas tinham medo umas das outras", relembrou o norte-americano em entrevista à ABC. 

Os avanços da medicina permitiram que, eventualmente, o desenvolvimento da AIDS parasse de ser uma sentença de morte. Hoje, o mundo conta com tratamentos recomendados. 

Ainda existem, porém, consequências e limitações cercando os remédios, uma delas sendo justamente que esses pacientes tem mais chance de sofrerem com câncer no fim da vida, que é o que aconteceu com Paul Edmonds

Qual foi a cura? 

O homem foi submetido a uma intervenção médica inovadora que foi tentada poucas vezes antes, recebendo um transplante de células-tronco retiradas do organismo de um doador que possuía uma mutação que fornece imunidade ao vírus HIV.

É uma mutação muito rara. Existe em cerca de 1% da população. Portanto, não é algo que encontramos com muita frequência", explicou a médica Jana Dickter, que fez parte do time que ajudou a devolver a saúde à Paul Edmonds, segundo repercutiu a ABC News. 

Além dessa dificuldade de encontrar doadores, o procedimento pode dar errado, já que envolve primeiro a eliminação do sistema imunológico do receptor através da quimioterapia, tornando-o mais vulnerável as infecções neste meio-tempo.

Vale enfatizar que apenas pacientes que possuem tanto o HIV quanto um diagnóstico de câncer que são elegíveis para essa intervenção, justamente porque já precisarão fazer quimioterapia, de forma que houve poucos casos até agora. 

Em 2021, Edmonds pôde parar de tomar os remédios que mantinham aAIDS sob controle pela primeira vez em mais de trinta anos, e permanece em remissão até hoje. O tratamento foi um sucesso, sendo importante não apenas para a qualidade da vida dele, mas também da própria medicina. 

Fiquei incrivelmente agradecido. Estou grato por estar vivo. Fiquei grato por haver um doador", relatou ele à ABC. 

Seu atual marido, Arnie House, também comemorou o desdobramento, dizendo que foi "maravilhoso" e "uma libertação" ver seu parceiro não precisar mais ingerir o coquetel de remédios que o havia mantido vivo até então. 

Arnie House durante entrevista / Crédito: Divulgação/ Youtube/ ABC News 

A vitória histórica alcançada no organismo de Edmonds é um motivo de otimismo para a comunidade médica, mostrando que a cura da AIDS pode se tornar cada vez mais viável.