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Matérias / Curiosidades

Apoio no fim da vida: A curiosa saga das 'doulas da morte'

Ao contrário das doulas tradicionais, esses profissionais auxiliam pacientes em seus últimos momentos, realizando seus desejos finais e amparando familiares

Isabela Barreiros, sob supervisão de Alana Sousa Publicado em 24/03/2021, às 08h00

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Imagem ilustrativa - Pixabay
Imagem ilustrativa - Pixabay

O papel das doulas é bem conhecido no Brasil e no mundo. Esses profissionais têm como objetivo auxiliar o processo de parto, tanto nos cuidados com a mãe quanto com o bebê, focados no bem estar das pessoas envolvidas no nascimento de uma nova vida.

E como existem pessoas que ajudam o começo de uma vida, existem outras responsáveis pelo cuidado nos últimos momentos de alguém. Se em uma ponta estão as doulas, na outra estão as “doulas da morte”.

A profissão é mais comum nos Estados Unidos, onde existem mais cursos para quem pretende se especializar na área, mas já se espalhou para outros países ao redor do mundo, inclusive no Brasil. 

Como relata o Portal de Divulgação Científica do IPUSP, o primeiro curso de formação na área foi ministrado em 2019 pelas gaúchas Tatiana Santana e Ana Portillo. Agora, a profissão está se difundindo cada vez mais. Em um contexto de pandemia, onde a morte parece estar cada vez mais presente, afinal, mais 295 mil pessoas morreram de covid-19 no Brasil, existe uma necessidade ainda maior de lidar com o luto.

O ofício

Imagem meramente ilustrativa de quarto de hospital / Crédito: Wikimedia Commons

Assim como as doulas tradicionais, as doulas da morte não substituem os profissionais da saúde. A doula da morte estadunidense Mindy Relyea comentou, conforme relatou o G1: “As enfermeiras e cuidadores se sentem ameaçados. Como se a presença da doula significasse que eles precisam de ajuda. Por outro lado, existe um receio de que as doulas não estão aptas o suficiente para cuidar”.

Os profissionais, na verdade, atuam em aspectos diferentes. São eles quem cuidam de questões como dar conforto, com auxílio emocional, ao paciente e a sua família, além de poder lidar com tópicos como últimos desejos, testamentos e até mesmo organizar o funeral.

“Como doula da morte, ou doula do fim da vida, parte do meu trabalho é oferecer suporte físico, prático, emocional e espiritual para aqueles que estão morrendo e as pessoas próximas a eles”, explicou Patty Burgess, que também atua na área, à Folha de S. Paulo. 

“Isso pode incluir desde sentar ao lado da cama de alguém que está de fato morrendo, ajudar com o planejamento de seus últimos desejos ou fazer uma ligação para algum familiar”, disse a doula da morte.

Além de cuidar do paciente que se encontra em seus momentos finais, a doula da morte poderá ajudar a família do falecido durante o tempo que ela precisar, acompanhando os parentes no luto. 

Suas funções incluem cuidar do conforto do paciente durante os seus últimos momentos, prover auxílio emocional para a família, e até mesmo arranjar coisas como testamentos e últimos desejos. As "doulas da morte" geralmente estão ao lado dos pacientes no momento da morte, e podem continuar prestando auxílio à família por tempo indefinido depois disso. 

Na pandemia

Imagem ilustrativa de teste de covid-19 / Crédito: Pixabay

O contexto atual é o de mortes frequentes devido à pandemia do novo coronavírus, que já tirou a vida de mais de 2 milhões de pessoas no mundo. Agora, muitas vezes não é possível estar presente nos últimos momentos de vida de uma pessoa querida. 

“A morte pela Covid-19 é uma morte afetivamente desamparada. Do lado da vítima, que até bem pouco tempo antes não tinha nenhuma perspectiva imediata de morte, não há ninguém para segurar a mão, e, se tiver, será de luva. Para quem fica, a perda repentina sem a despedida traz complicações unitárias potenciais e inumeráveis”, explicou Ana Claudia Quintana Arantes, médica especialista em Psicologia e Intervenções em Luto, ao O Globo.

O auxílio da doula da morte possivelmente se mostra ainda mais importante nesse contexto, mesmo que também seja feito à distância. Mais do que nunca, é preciso obter apoio emocional para lidar com o luto em um contexto adverso como o atual.


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