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Matérias / Arqueologia

A 'geladeira' romana de 2 mil anos que foi descoberta na Bulgária

Uma escavação em um assentamento do Império Romano revelou um curioso dispositivo usado para conservar alimentos

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 08/10/2022, às 09h00

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Fotografia mostrando a "geladeira" - Divulgação/ Universidade de Varsóvia/ P. Dyczek
Fotografia mostrando a "geladeira" - Divulgação/ Universidade de Varsóvia/ P. Dyczek

Durante a escavação de um acampamento romano do século 1 localizado no território que hoje pertence à Bulgária, uma equipe de arqueólogos descobriu um curioso dispositivo de 2 mil anos que teria servido como uma espécie de "refrigerador". 

Segundo relatado no fim do último mês de setembro pela Agência de Imprensa Polonesa (APA), pesquisadores da Universidade de Varsóvia, que fica na Polônia, fizeram a descoberta dentro de um forte militar. 

A construção fica localizada às margens do rio Danúbio, que era onde ficava a fronteira terrestre do Império Romano naquele período. Assim, os soldados que habitavam o acampamento eram encarregados de garantir que os inimigos fossem mantidos distantes.

Frio 

Foi em um compartimento do piso do subsolo do prédio em ruínas que os arqueólogos encontraram uma grossa caixa de cerâmica avermelhada, que, de acordo com as análises, teria servido como recipiente para guardar alimentos perecíveis. Isso, pois, em seu interior, haviam fragmentos de ossos tostados de animais. 

Vale mencionar que a Bulgária possui invernos rigorosos — o país enfrenta até cinco meses por ano em que seus termômetros estão abaixo de zero. Em um andar subterrâneo, em particular, é de se imaginar que a temperatura seria ainda mais baixa.

Dessa forma, a localização do recipiente pode ser considerada estratégica, sendo usada para manter a comida dos oficiais militares que viviam ali conservada por mais tempo.

Adicionalmente, ainda de acordo com a APA, os cientistas da Universidade de Varsóvia acreditam que os romanos do assentamento de 2 mil anos teriam colocado neve e gelo dentro da caixa de cerâmica a fim de intensificar seu efeito. 

O design do artefato também auxiliava nessa função, uma vez que ele apenas podia ser aberto por cima, e, graças ao seu posicionamento afundado no chão, era cercado pelas paredes de pedra do edifício por nada menos que três lados. 

Fotografia mostrando a "geladeira" / Crédito: Divulgação/ Universidade de Varsóvia/ P. Dyczek

Basicamente, pode-se considerar que eles estavam utilizando uma "geladeira" primitiva, aproveitando-se das condições climáticas extremas da região onde foram enviados para prestar serviço ao seu império. 

Outra característica interessante da caixa é que, dentro dela, além dos pedaços de ossos, havia uma tigela com carvão. O propósito desse instrumento seria a camuflagem do cheiro dos alimentos mantidos ali, o que afastaria os insetos. 

Mais detalhes 

Fotografia do quartel militar explorado / Crédito: Divulgação/ Licença Livre/ Kleo73

Além da geladeira milenar, a escavação fez uma série de outros achados interessantes na mesma região, como uma coleção de dezenas de moedas romanas que remontam ao período entre os séculos 3 e 4, e um conjunto habitacional para civis que continha ferramentas de pesca, pedras de amolar e fragmentos de vasos de cerâmica, entre outros objetos pertencentes ao cotidiano das pessoas da época.