Tirada em meio aos protestos, a imagem de um cidadão enfrentando tanques de guerra se tornou símbolo do Massacre da Praça da Paz Celestial. O personagem nunca foi identificado
Joseane Pereira Publicado em 14/06/2020, às 06h00
Um homem com sacolas de supermercado desafiando tanques de guerra, enquanto tiros ecoam por toda parte. Registrado em foto e vídeo pelo fotógrafo Jeff Widener no dia 5 de junho de 1989, o ato de resistência se tornou símbolo do que ficou conhecido como Massacre da Praça da Paz Celestial.
Nas noites de 3 e 4 de junho, o governo chinês realizou uma ofensiva contra estudantes universitários e manifestantes que protestavam em caminhadas pacíficas pelas ruas de Pequim.
Conflitos e tensões
Os protestos irromperam com o falecimento do ex-secretário geral do Partido Comunista da China, Hu Yaobang, que havia lutado para democratizar o sistema político do país e se estenderam do dia 15 de abril a 4 de junho daquele ano.
Durante esse período, os estudantes decidiram fazer greve de fome e realizaram um comício com cerca de 1,2 milhão de manifestantes que contou com intelectuais, trabalhadores descontentes e críticos do regime.
Segundo a contagem do governo chinês, a quantidade de mortos foi 241, incluindo soldados, e 7000 pessoas ficaram feridas. Entretanto, o número de mortos provavelmente foi muito maior. Afinal, o apoio aos protestos havia atraído mais de 100 mil pessoas à praça.
Até hoje, manifestações públicas de repúdio ao Massacre da Praça da Paz Celestial são proibidas na China, embora os moradores de Hong Kong realizem uma vigília anual no aniversário da repressão.
Até hoje, ninguém sabe qual a identidade do rebelde desconhecido que, em meio a um caos de tiros, mortos e tanques de guerra, resolveu arriscar a própria vida pelo fim da barbárie e se tornou simbolo de uma das fotografias mais importantes da História.
Confira o vídeo abaixo.
