Na China, em 2012, um homem recusou a oferta de acordo para liberação
Isabelly de Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 15/04/2023, às 20h00 - Atualizado em 17/04/2023, às 19h51
Para que uma cidade cresça, são necessárias mudanças, como a implementação de áreas residenciais em locais rurais, construção de avenidas, pontes, entre outros. Há mais de uma década, em 2012, na China, uma casa se tornou um símbolo de resistência à essas rápidas modificações, e viralizou na internet ao apresentar uma vista muito incomum.
Ela foi deixada no meio de uma nova rodovia, pois, seus donos se recusaram a se mudar. Os proprietários, o criador de patos, Luo Baogen, 67, e sua esposa se recusaram a assinar um acordo que permitisse a demolição da residência para a criação de uma rodovia.
Isso resultou na construção da estrada planejada ao redor do prédio, pelas autoridades. O então prédio de cinco andares se tornou um símbolo de protesto contra as demolições forçadas de propriedades, que é uma das questões sociais mais discutidas da China.
A ideia do casal era continuar em sua residência, em paz, no entanto, conforme o tempo foi passando e a cena foi chamando a atenção de diversos curiosos de todas as partes do mundo, ambos decidiram que era hora de sair dali. O que era para ser uma questão de sossego teve um efeito totalmente contrário do esperado.
De acordo com Chen Xuecai, chefe da vila de Xiayangzhang, cidade de Wenling, na província costeira de Zhejiang, Luo concordou, de forma voluntária, a deixar o imóvel por 260.000 yuans em compensação (cerca de mais de R$ 180 mil, na cotação atual).
"Luo Baogen recebia dezenas de pessoas da mídia todos os dias e sua casa fica no meio da estrada. Então ele decidiu demolir a casa", acrescentou Chen.
De início, segundo o portal The Guardian, Luo recusou o primeiro acordo de compensação, mas mudou de ideia após se reunir com autoridades locais. Para a News Network, o homem disse "Tudo bem, estou disposto a me mudar".
O imóvel foi formalmente demolido com a diferença de menos de dois dias. Uma curiosidade acerca da temática é o termo “Dingzihu", que representa residentes que se recusam a se mover durante a demolição. A expressão significa “casa de pregos”, fazendo referência a como eles se destacam.
Tais “casas de prego” têm se tornado uma visão cada vez mais comum durante a urbanização rápida que acontece no país em questão. Na China, todas as terras são estatais, e, geralmente, recebem uma fração do valor original de suas casas como compensação.
