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Matérias / Curiosidades

Hotel Glória: O que aconteceu com o local que hospedou nomes como Einstein e Marilyn Monroe

Projetado como primeiro hotel cinco estrelas do Brasil, Hotel Glória, no Rio de Janeiro, já recebeu grandes artistas, cantores e personalidades históricas

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 19/02/2023, às 08h00 - Atualizado em 16/03/2023, às 17h34

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O Hotel Glória, no Rio de Janeiro - Domínio Público via Acervo Instituto Moreira Salles
O Hotel Glória, no Rio de Janeiro - Domínio Público via Acervo Instituto Moreira Salles

Projetado para ser o primeiro hotel cinco estrelas do Brasil, o Hotel da Glória foi inaugurado no Rio de Janeiro em 15 de agosto de 1922, fruto do projeto do arquiteto francês Joseph Gire; que também projetou o Edifício A Noite e o Copacabana Palace. Ele é considerado o primeiro prédio em concreto armado da América do Sul. 

O Glória, situado às margens da Baía de Guanabara, foi inaugurado a tempo de receber os hóspedes da Exposição Internacional de 1922 — que reuniu expositores de 14 países diferentes que apresentaram as principais tendências da indústria, artes, ciências e comércio. 

Fotografia do Hotel Glória/Crédito: Reprodução

Devido a sua localidade, próximo ao centro financeiro e político da cidade do Rio, o Hotel sempre recebeu diversos artistas de cinema, cantores, políticos e diversas outras personalidades históricas.

Segundo recorda o Diário do Rio, Albert Einstein, Marilyn Monroe e Neil Armstrong já se hospedaram por lá. Carmen Miranda e Pixinguinha também já fizeram apresentações memoráveis no local. 

O abandono

Após 86 anos de atividade, 50 dos quais como propriedade da família de Eduardo Tapajós, o Hotel da Glória foi vendido à Eike Batista por 80 milhões de reais. Com a venda selada, naquele 2008, o empresário prometeu "resgatar o charme dos anos 1920" e transformá-lo no padrão "seis estrelas" o colocando "entre os "dez melhores hotéis do mundo", repercutiu a Folha de São Paulo. 

O início da reforma aconteceu no ano seguinte, mas as obras foram denunciadas por estarem ‘desfigurando sua arquitetura original’. Além disso, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural não teria autorizado a revitalização do local. Porém, tais irregularidades não foram constatadas pelas autoridades competentes. 

Hotel Glória/Crédito: Reprodução

Já em agosto de 2010, o BNDES, aponta a Folha, anunciou um financiamento de 146 milhões de reais para a reforma do Hotel Glória, visando a Copa do Mundo de 2014. Um ano antes do mundial, porém, o grupo de Eike Batista veio à falência e as obras foram paralisadas. O Glória não funciona desde então. 

No começo de 2014, o fundo suíço Acron AG comprou o Hotel por meio milhão de reais e pretendia inaugurá-lo para as Olimpíadas de 2016. As obras jamais foram reiniciadas, principalmente por problemas burocráticos, o que fez que o Acron desistisse da compra.

Selo em homenagem aos 80 anos do Hotel Glória/Crédito: Reprodução

Posteriormente, o Hotel da Glória retornou para Eike, que o vendeu para o Mubadala, um fundo soberano de Abu Dhabi. Nunca foi revelado o valor em torno do acordo. 

Um novo recomeço

Em julho do ano passado, 2022, saiu o anúncio que o Hotel Glória se tornará um endereço residencial, segundo o Diário do Rio. A expectativa é que o espaço se torne lar de cerca de mil moradores distribuídos em 266 apartamentos. Espera-se que as reformas terminem em meados de 2026.

Além do Hotel, o projeto também abrange o restauro e ampliação das calçadas de pedra portuguesa, a conservação das balestras em frente ao endereço e também a recuperação do Castelinho da Glória — uma casa residencial de 1915 que possui o estilo art nouveau. 

Piscina do Hotel Glória/Crédito: Reprodução/Livro/Um Balcão na Capital

Desta forma, o local deverá se tornar sede de um café-escola, além de se tornar casa do acervo histórico do Castelinho e também do Hotel da Glória

“Foi o interesse do Iphan de acabar com o estado de abandono em que o monumento se encontrava que nos permitiu chegar a essa solução. A recuperação do Glória pode inspirar outras iniciativas, ao verem como de algo degradado renovou-se o bem cultural e o entorno ao seu redor”, disse Otávio Grimberg, vice-presidente do Sinduscon-Rio e da Ademi-RJ, ao Diário.