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Matérias / Dom Pedro I

Intimidade, talento musical e pedido na morte: 5 fatos curiosos sobre Dom Pedro I

Dom Pedro I foi príncipe regente e primeiro imperador do Brasil; confira curiosidades

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 03/09/2022, às 17h00 - Atualizado em 07/09/2022, às 13h27

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Pintura de Dom Pedro I, primeiro imperador do Brasil - Domínio Público
Pintura de Dom Pedro I, primeiro imperador do Brasil - Domínio Público

Dom Pedro I foi uma figura extremamente importante para a história do Brasil, tendo vindo para o país aos nove anos de idade e, eventualmente, se tornando príncipe regente, enquanto a nação brasileira ainda era colônia portuguesa.

Então, no dia 7 de setembro de 1822, ele foi o responsável pela proclamação da Independência do Brasil de Portugal, e enfim se tornou o primeiro imperador do império brasileiro.

No entanto, mesmo que o evento histórico faça dele uma espécie de herói nacional, e uma parte da nação brasileira aprovou a medida, a figura sempre foi envolta em polêmicas — como os casos extraconjugais de conhecimento geral —, controvérsias e até mesmo outros problemas, o que fez com que ele recebesse diversas críticas ao longo de seu período de governo.

Dessa forma, confira a seguir cinco curiosidades sobre o primeiro imperador do Brasil, Dom Pedro I.

1. Moedas com seu rosto

Para celebrar sua coroação como imperador do Brasil, ocorrida em dezembro de 1822, Dom Pedro I autorizou a Casa da Moeda a fabricar moedas de ouro puro com seu rosto esculpido em uma das faces. No entanto, rapidamente ele mandou que o trabalho fosse cancelado, por um simples motivo: ele não havia gostado das moedas, e por isso apenas 64 delas foram produzidas.

Segundo o Jornal da Band, o motivo para o desagrado foi simples, mas crucial: Pedro I foi sim representado como um imperador nas moedas, no entanto, como um imperador romano, com o busto nu e utilizando uma coroa de louros. O que ele queria, na verdade, era aparecer utilizando um uniforme militar, cheio de medalhas.

Moeda feita em homenagem à coroação de Dom Pedro I como imperador do Brasil
Moeda feita em homenagem à coroação de Dom Pedro I como imperador do Brasil / Crédito: Reprodução/YouTube/Band Jornalismo


2. Bom pai, péssimo marido

Uma das maiores famas de Dom Pedro I era relacionada ao fato de ele trair constantemente sua esposa, a imperatriz Leopoldina, o que representou um escândalo — não por ser incomum, mas por ele ser escancarado ao fazê-lo. Tanto que chegou o ponto de a amante mais famosa do imperador, Domitila de Castro, ir morar no palácio real com ele e sua esposa, e chegou até mesmo a receber o título de Marquesa de Santos.

No entanto, apesar da forma como tratava sua esposa, uma outra característica, menos conhecida, do imperador, era sua afeição e carinho por sua prole. "Ele tinha um carinho imenso pelos filhos, até pelos bastardos. Era do tipo que não saía do lado de um filho se ele estivesse doente", explica o pesquisador e escritor Paulo Rezzutti.

"Há alguns anos atrás, saiu uma biografia da rainha Maria da Glória [a primogênita de Dom Pedro I que assumiu o trono português], de uma historiadora portuguesa, que mostra que a vida do pai com as crianças no Palácio de São Cristóvão era de muito carinho. Fazia cavalinho, pegava as crianças no colo, fazia festinha de aniversário (...) a gente via que era um pai muito presente, quando eles ficavam doentes ele cuidava, dava remédio", explicou a escritora Mary Del Priore ao site Aventuras na História.


3. Talento musical

A historiadora Isabel Lustosa, por sua vez, aponta que o antigo imperador tinha costumes pouco sofisticados para a realeza da época, o que acabava por chocar alguns representantes europeus. "No Brasil, Dom Pedro era o homem do dia a dia. Ele era realmente um homem popular, que circulava pelas ruas e conversava com as pessoas. Era um tanto vulgar, suas maneiras causavam espécie em diplomatas estrangeiros", explicou ela para a Folha de S.Paulo.

Ele estabelecia uma coisa que é muito brasileira, que é uma rápida familiaridade, e isso resvalava às vezes para comportamentos muito deselegantes", complementou.

No entanto, mesmo que pouco sofisticado para sua classe na época, o imperador ainda chamava a atenção por sua maestria em diversos instrumentos musicais — o que se deve muito a seu pai, Dom João VI, que era grande apreciador de música sacra.

"Dona Leopoldina, em correspondência para a família, disse que nunca tinha visto em alguém tanta facilidade para a música, para tocar qualquer instrumento", detalha Isabel Lustosa.

Pintura mostrando Dom Pedro I e sua primeira esposa, Leopoldina / Crédito: Domínio Público 


4. Pedido para última esposa

Segundo a historiadora Mary Del Priori, Dom Pedro I, quando adoeceu e se encontrava em seu leito de morte, fez um pedido curioso para sua segunda e então esposa, Dona Amélia de Leuchtenberg: que cuidasse de sua filha com a Marquesa de Santos, Isabel Maria de Alcântara.

Ele vai comprometer a Amélia de Leuchtenberg dizendo: 'Olha, você vai ficar viúva mas vai ter que cuidar da minha filha bastarda'", narrou a historiadora.

Dona Amélia, por sua vez, acatou o pedido sem retrucar, visto que sempre foi uma madrasta amorosa para com os herdeiros de Pedro I. No entanto, tanto zelou pela Duquesinha de Goiás, como Isabel Maria de Alcântara também era conhecida, que deixou a Dona Maria da Glória, filha primogênita do imperador brasileiro — e rainha de Portugal — com ciúmes na época.

Isabel Maria de Alcântara, Amélia de Leuchtenberg e Dona Maria da Glória, respectivamente
Isabel Maria de Alcântara, Amélia de Leuchtenberg e Dona Maria da Glória, respectivamente / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons


5. Coração e corpo

Também em seu leito de morte, outro pedido de Dom Pedro I em seu testamento foi que seu coração fosse separado do corpo, e enquanto o órgão deveria permanecer em Portugal, os demais restos mortais teriam de ser enviados ao Brasil, país do qual foi imperador.

Isso ocorreu porque, nos momentos que antecederam sua doença, Pedro I participou da Guerra Civil Portuguesa, cujo adversário era, basicamente, seu irmão Dom Miguel, que disputava pelo trono de Portugal — cujo herdeiro legítimo seria o imperador brasileiro —, que Pedro I desejava que quem o sucedesse fosse sua filha, Maria II.

Após a batalha, com a vitória de Pedro, o imperador brasileiro sentiu ter criado laços fortes com a nação portuguesa, e por isso a consideração e desejo de manter seu coração guardado no país europeu. 

Dom Pedro morrer no palácio que nasceu, o fato de doar o coração, isso faz parte dessa construção dele de como ele será visto no futuro, como um herói romântico que a gente vê até hoje, ele mesmo constrói isso", evidencia o pesquisador Paulo Rezzutti em entrevista exclusiva à Aventuras na História.