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Matérias / Killing Eve

Killing Eve: Veja a mulher da vida real que inspirou a série

A psicopata Villanelle, personagem da série que entrou recentemente no catálogo brasileiro da Netflix, é inspirada em uma criminosa da vida real

Ingredi Brunato Publicado em 06/03/2024, às 20h00 - Atualizado em 12/03/2024, às 19h44

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Montagem mostrando Villanelle, de Killing Eve, à direita, e a assassina real que a inspirou à esquerda - Divulgação/ Domínio Público e Divulgação/ Universal Pictures
Montagem mostrando Villanelle, de Killing Eve, à direita, e a assassina real que a inspirou à esquerda - Divulgação/ Domínio Público e Divulgação/ Universal Pictures

"Killing Eve" é um seriado norte-americano que acompanha a jornada da agente secretaEve à medida que ela tenta capturar Villanelle, uma psicopata e serial killer que, em retorno, parece nutrir um interesse obsessivo pela policial

Com quatro temporadas lançadas entre 2019 e 2022, a série entrou no catálogo nacional da Netflix recentemente, e chama a atenção dos assinantes brasileiros: prova disso é que, em apenas dois dias, entrou no Top 10 de produções mais assistidas da plataforma de streaming. 

Villanelle, em particular, que é a vilã da história, compreende uma figura que atrai interesse devido às suas excentricidades. A personagem é, inegavelmente, cruel — as muitas cenas em que mata outras pessoas sem pensar duas vezes não deixam espaço para dúvida — mas, em muitas ocasiões, age com emoção, e não com a típica frieza calculista a que estamos acostumados quando assassinos são retratados na ficção. 

Para entender melhor a personagem, é útil entender de onde ela veio. A série "Killing Eve", vale mencionar, é baseada em um livro de mesmo nome lançado em 2014 pelo autor Luke Jennings. Durante uma entrevista de 2020, no festival literário Lyme Crime, o criador da história revelou que teve uma inspiração da vida real para construir sua vilã. 

Cena da primeira temporada de "Killing Eve" / Crédito: Divulgação/ Universal Pictures 

Segundo explicado por ele e repercutido pelo The Independent, Jennings se deparou com a história de Idoia López Riaño, uma assassina e terrorista espanhola que foi presa durante os anos 90. 

Ela era claramente uma psicopata e completamente, completamente sem empatia", apontou o autor. 

'A Tigresa'

Riaño foi uma criminosa que matou nada menos que 23 pessoas entre os anos 80 e 90, período em que trabalhou para a Euskadi Ta Askatasuna (ETA), um grupo separatista basco que usava de violência para lutar por sua causa. 

Conhecida por sua beleza, habilidades certeiras e por seu comportamento, por vezes, irresponsável, Idoia foi recrutada pelo ETA quando tinha apenas 18 anos, conforme repercutido pelo New York Post. Antes de se juntar ao grupo, ela queria se tornar bombeira. 

Eu estava cheia de ideias românticas e idealistas, e quem me recrutou soube logo como me convencer: 'Você prefere salvar algumas pessoas como bombeira ou uma cidade inteira? Precisamos de jovens comprometidas como você.'", revelou ela no tribunal. 

A terrorista ganhou supostamente o apelido de "A Tigresa" devido à sua "destreza sexual lendária", e, entre seus inúmeros amantes, esteve um policial que apenas descobriu a identidade da mulher com quem havia se envolvido após ver seu rosto na televisão. A pior parte da história, é que ela havia assassinado justamente os colegas de trabalho dele durante uma missão recente. 

Riaño em vídeo antigo / Crédito: Divulgação/ Vídeo/ Youtube/ AGENCIA EFE

Outra situação envolvendo Riaño, que lembra Villanelle, é a vez em que teria errado um alvo ao parar para admirar uma vitrine de roupas onde era possível ver sua própria aparência refletida. 

Captura  

A carreira de Riaño como terrorista chegou ao fim em 1994, quando fora capturada pelas autoridades da França. Elafoi, então, extraditada para a Espanha e indiciada por 23 homicídios.

Ainda assim, ela apenas passou 23 deles encarcerada antes de receber a liberdade em 2017, aos 55 anos. Vale apontar que, segundo a lei espanhola, o período máximo que alguém pode passar atrás das grades é três décadas. 

Outro detalhe é que Idoia López Riaño foi oficialmente expulsa da ETA em 2011 por fazer uma declaração pública em que pedia desculpas às famílias de suas vítimas e condenava o uso de violência.

Após recuperar sua liberdade, a espanhola buscou o anonimato. Em 2020, porém, o The Times divulgou rumores de que a ex-criminosa vivia com sua irmã em Andorra, um pequeno país europeu.