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Matérias / Boate Kiss

A mãe que perdeu dois filhos no incêndio da boate Kiss

Incêndio ocorrido na boate Kiss, em Santa Maria, completa 10 anos

Redação Publicado em 26/01/2023, às 21h00 - Atualizado em 29/01/2023, às 14h44

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Elaine durante entrevista - Reprodução/Vídeo/Globo
Elaine durante entrevista - Reprodução/Vídeo/Globo

Há 10 anos, Elaine Gonçalves era acordada por um telefonema de sua filha em um domingo, às 9h. Naquele momento, a filha disse que os irmãos não voltaram da Kiss, uma boate localizada em Santa Maria, Rio Grande do Sul, palco de um incêndio. Elaine foi uma das pessoas que viveu a maior dor que uma mãe pode sentir na vida: perder um filho. 

Naquela noite, Elaine demorou para pegar no sono e disse ter 'entregado os filhos para o Senhor', como costuma fazer: "(...) Não sei o que foi que meu deu, mas aquela noite eu não peguei no sono logo. Estava vendo TV, não tive nenhum palpite, nada. Antes de dormir, entreguei meus filhos ao Senhor, numa oração, como sempre faço".

Elaine, segundo repercutido pelo UOL em 2013, perdeu dois filhos: Gustavo e Deivis Marques Gonçalves.Gustavo teve 70% do corpo queimado e foi transferido para um hospital de Porto Alegre, contudo, teve morte encefálica no dia 29 de janeiro daquele ano, infelizmente, não sobreviveu.

Fomos procurar por eles. Só lá pelas 16h achamos o Deivis, no ginásio municipal (entre os mortos). E quando encontraram o Gustavo, no hospital, eu achei que teríamos sorte", desabafou ela ao veículo.

No velório, ela relembrou o que disse naquela noite: "Gustavo queria ir para a boate, mas eu disse que ele deveria reunir os amigos aqui em casa, como fez no aniversário dele dia 16". No entanto, ele seguiu firme na ideia de ir para balada: "Eu sei como é ser jovem, eu também fui festeira", disse ela ao veículo em 2013.

Elaine durante entrevista à apresentadora Ana Maria Braga, no programa 'Mais Você' /Crédito: Reprodução/Vídeo/Youtube

Ela também falou sobre o sentimento de justiça: "Eu quero a Justiça de Deus, porque meus filhos saíram de casa banhadinhos, arrumadinhos, bonitinhos, não é justo comigo nem com os outros pais que eles voltem mortos". 

A tragédia

Naquela noite, 242 pessoas perderam suas vidas durante um incêndio iniciado pela banda Gurizada Fandangueira. Na casa de shows, o vocalista utilizou um sinalizador barato e não indicado para ambientes fechados. A tragédia estava feita.

10 anos depois, o episódio que deixou o país em luto é relembrado na série ficcional 'Todo Dia a Mesma Noite', da Netflix. A produção é baseada na obra de mesmo nome da jornalista Daniela Arbex e mostra não só os horrores daquela noite, mas também a dor dos familiares das vítimas e a busca pela justiça.