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Matérias / Personagem

Neto de escravos e filho de empregada: a juventude de Marighella

Saiba como foi a juventude do maior estrategista da luta armada contra o governo autoritário do Brasil

Alexandre Carvalho Publicado em 06/11/2021, às 08h00

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Carlos Marighella filiado ao Partido Comunista do Brasil - Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (Aperj) via Wikimedia Commons
Carlos Marighella filiado ao Partido Comunista do Brasil - Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (Aperj) via Wikimedia Commons

O maior inimigo dos militares era neto de escravos. Nasceu em 1911, filho de um imigrante italiano, Augusto Marighella, que trabalhava como motorista em Salvador, e da empregada doméstica Maria Rita dos Santos, negra que nasceu exatamente nove dias após a proclamação da Lei Áurea.

Carlos foi um menino prodígio, alfabetizando-se aos 4 anos. Aos 18, num exame, impressionou a todos respondendo a uma questão de física em versos. Junto com o entusiasmo pela poesia veio cedo a consciência política.

Em 1934, abandonou o curso de engenharia civil da Escola Politécnica da Bahia para ingressar no Partido Comunista Brasileiro, considerado ilegal na época.

Sobre essa decisão, escreveria o seguinte: “Um sentimento profundo de revolta ante a injustiça social não me permitia prosseguir em busca de um diploma num país onde as crianças são obrigadas a trabalhar para comer”.

Seu Jorge como o guerrilheiro no filme "Marighella" / Crédito: Divulgação/Paris Filmes

Uma declaração que combina com a forma como o sociólogo e crítico literário Antônio Cândido o descreveria: segundo o intelectual, Marighella era um dos homens “que encarnam o que o Brasil contemporâneo tem de melhor, a luta por superar a iniquidade que encharca nossa vida social e nos faz ser uma das nações mais injustas da Terra”.

Certamente contribuiu para essa percepção de mundo o fato de ter um pai anarquista, anticlerical, e uma mãe descendente dos malês, negros de origem islâmica, que coordenaram a maior revolta de escravos na Bahia, em 1835.

O filho deles, Carlos, tinha evidente vocação para líder: “Nesse período, organizei trabalhadores do porto, trabalhadores do serviço de bondes da cidade, padeiros etc. e cheguei a ser o secretário do partido”.

Em março de 1935, numa reunião na Faculdade de Direito, explicou aos presentes
como rolar bolinhas de gude para derrubar os cavalos dos soldados, como jogar um pedaço de arame por cima da rede elétrica para pendurar a bandeira vermelha e a forma de planejar a autodefesa em comícios-relâmpago.


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