Em Paris, o imóvel ficou intocado e guardou pinturas avaliadas em 2,1 milhões de euros por mais de meio século
Larissa Lopes, com supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 21/01/2021, às 18h51
Parece estranho que um apartamento tenha permanecido fechado durante 70 anos e, mais ainda, que nenhum aluguel estivesse atrasado. Mas foi assim mesmo que a propriedade ficou em Paris, na França.
A dona do apartamento o abandonou e partiu para a região do sul antes da Segunda Guerra Mundial, nunca mais retornando. Segundo o jornal britânico The Telegraph, ninguém habitou o imóvel durante todo o tempo, mas as contas foram pagas e ninguém sabia o que havia ficado em seu interior.
Apenas em 2010, com a morte da proprietária aos 91 anos, que o mistério foi desvendado. Os profissionais encarregados pelo inventário de seus bens tiveram que ir até o apartamento, que fica localizado próximo à igreja Trinité, em Paris, entre o distrito da luz vermelha de Pigalle e a Opera.
Ao adentrar o local, um dos profissionais disse que foi como “tropeçar no castelo da Bela Adormecida”, já que o tempo parecia ter parado em 1900. "Havia um cheiro de poeira velha", afirmou Olivier Choppin-Janvry, uma das pessoas que fez a descoberta.
Alguns detalhes observados por eles no apartamento foram: tetos altos de madeira, um velho fogão a lenha, pia de pedra na cozinha, um avestruz empalhado, uma penteadeira com estrutura requintada, e também um brinquedo do Mickey Mouse - datado de antes da guerra.
Olivier contou que perdeu o fôlego quando viu, no apartamento abandonado, o quadro surpreendente de uma mulher com um vestido de gala feito de musseline rosa - tecido com toque de seda leve e transparente.
A pintura era do italiano Giovanni Boldini, que viveu entre 1842 e 1931. Olivier concluiu que a intenção do artista foi retratar sua musa na época, que por sinal era a avó da dona do apartamento.
Marthe de Florian, além de musa de Boldini, foi uma atriz com outros admiradores, que mandavam fervorosas cartas de amor. As cartas permaneceram guardadas no local abandonado, e embrulhadas com fita. Entre os admiradores dela estava o 72º primeiro-ministro da França, George Clemenceau.
Olivier Choppin-Janvry suspeitou que a pintura era de Boldini enquanto analisava o apartamento, mas não encontrou nenhum registro do quadro.
“Nenhum livro de referência dedicado a Boldini mencionou o quadro, que nunca foi exibido”, disse Marc Ottavi, o especialista em arte que Olivier consultou para investigar o mistério.
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