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Matérias / Mamonas Assassinas

O que diz viúva de piloto que conduzia o voo fatal dos Mamonas Assassinas?

Em 1996, o conjunto musical mais feliz do Brasil era vitimado fatalmente em um acidente de avião, comovendo o país

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 19/04/2023, às 17h47

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Mamonas Assassinas reunidos em fotografia - Divulgação / Redes sociais
Mamonas Assassinas reunidos em fotografia - Divulgação / Redes sociais

Autoproclamados como uma banda do gênero “sonrisal”, a madrugada do dia 3 de março de 1996 encerrou a trajetória dos Mamonas Assassinas, que acumulou milhões de vendas de discos e o prestígio do país a partir do ano anterior, com seu disco de estreia que, por ventura do acidente aéreo daquela noite, acabou sendo o único.

Horas antes do voo fatal, a trupe embarcava no jato da Learjet com prefixo PT-LSD em Brasília, onde tinham realizado o último show daquela turnê no estádio Mané Garrincha. Rumo ao aeroporto de Guarulhos, uma colisão contra a Serra da Cantareira após uma tentativa fracassada de pouso vitimou fatalmente todos os passageiros e tripulantes da aeronave.

Um dos mortos não tinha a fama dos membros do conjunto musical, mas acabou sendo protagonista de diversas reportagens e artigos em jornais sobre o acidente nos meses seguintes ao trágico episódio; era o piloto Jorge Luiz Germano Martins, posteriormente atribuído pelo relatório final do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) como um dos fatores que colaboraram para o caso.

De acordo com a Folha de S. Paulo, o piloto tinha 170 horas de voo naquele modelo de aeronave, quando o recomendado seria 500 horas. Por outro lado, no momento do acidente, Jorge enfrentava uma jornada de 14 horas de trabalho ao buscar os integrantes pela manhã em São Paulo, que poderia acarretar extremo cansaço físico.

Jorge Luiz Germano Martins em retrato fotográfico / Crédito: Divulgação / TV Globo

A manobra que direcionou o avião para o morro em que se chocou, além de ter sido realizada em boa parte do tempo numa velocidade inapropriada para o pouso, foi causada por uma arremetida incorreta alegando condições visuais, ou seja, sem auxílio da torre, que acabou sendo isenta de erros.

Além disso, o avião não tinha sistema de detecção de aproximação ao solo, de maneira a causar o choque abrupto, como apontou Lito Souza, do canal Aviões e Musicas.

‘Meu marido não é um assassino'

Com os diversos apontamentos oficiais ligando as ações do piloto a tragédia, os anos seguintes foram rodeados de acusações maldosas e até mesmo ataques pessoais para familiares de Jorge, como revelou Cristiane de Paula Parreira Martins, viúva do piloto, em entrevista ao Diário do Litoral.

Naquele dia [da viagem fatal] não consegui comunicação com ele e só fui saber do acidente no domingo pela manhã, na casa dos meus pais. Meu chão se abriu e me perguntei o que faria sem marido e com duas filhas pequenas para criar".

De acordo com ela, o carinho que os brasileiros tiveram pelo grupo musical reverberaram diretamente em críticas: "A gente não podia sair na rua que as pessoas apontavam e falavam: ‘Olha lá, a família do piloto que matou os Mamonas’. [...] Disseram que ele era um assassino, o único culpado e o grande responsável".

Cristiane ainda afirmou que as famílias de outros integrantes, revoltadas pela perda, se uniram para apontar o erro do piloto: “A família do Dinho chegou a vir aqui na minha cidade ficar passando de carro na frente da minha casa meses após o acidente. Não os culpo, pois creio que as pessoas que os rodeavam acabaram alimentando isso neles. Mas isso me feria muito”, concluiu.

Confira a entrevista completa