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Matérias / Brasil

O que se sabe sobre o caso das brasileiras presas na Alemanha após troca de malas

Presas no início de março após troca de etiquetas de bagagem, as mulheres finalmente foram soltas nesta terça-feira, 11

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 11/04/2023, às 18h39 - Atualizado às 19h17

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Montagem ligando brasileiras em últimos instantes no aeroporto - Divulgação / TV Globo
Montagem ligando brasileiras em últimos instantes no aeroporto - Divulgação / TV Globo

Na última semana, um caso de prisão na Alemanha ganhou atenção de veículos jornalísticos brasileiros após duas mulheres, moradoras de Goiás, serem presas no país europeu após a detecção de cocaína em suas bagagens.

A entrada no país se deu após uma escala que passou pelo Aeroporto Internacional de São Paulo, no município de Guarulhos, e chamou atenção por levar mais de 40 quilos do entorpecente, mesmo com elas negando serem as donas das malas e que desconheciam as bagagens atribuídas no dia 4 de março deste ano.

Abordadas ainda no aeroporto pela polícia alemã, foram informadas da prisão sem completa ciência do que ocorria, visto que falavam apenas inglês, além do português como língua nativa. Iniciava uma agonia que perdurou por mais de um mês.

Kátyna Baía e Jeanne Paollin em fotografia pessoal / Crédito: Divulgação / TV Globo

Por lá, as brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paollin foram alvo de negociações entre o Itamaraty, responsável pelas relações exteriores do Brasil, e o governo alemão, que irredutivelmente apontava ambas como detentoras das malas, como registrou a CNN Brasil.

Por aqui, no entanto, não tinham histórico criminal e trabalhavam regularmente como personal trainer e médica veterinária. Para trilhar uma investigação paralela e entender o que levou ao crime, a Polícia Federal começou a reproduzir os passos das mulheres.

Investigando passo-a-passo

O que chamou atenção das autoridades brasileiras não partiu do aeroporto goiano, mas sim, da escala paulista; câmeras de segurança registraram dois funcionários, identificados como Eduardo dos Santos e Pedro Venâncio, trocando as etiquetas da bagagem das moças e as colocando em malas com a droga, como repercutiu a TV Globo.

Orientados por mulheres que são investigadas por supostamente compor uma quadrilha que tentava subornar funcionários do aeroporto, uma das funcionárias envolvidas no processo do despacho foi encontrada com R$ 43 em dinheiro vivo, admitindo fazer parte do esquema.

A Polícia Federal ainda prendeu outros possíveis integrantes do grupo criminoso e agora investiga sua atuação. Com a comprovação do incidente, o governo brasileiro entregou as provas para a defesa das moças, que conseguiu a liberação de ambas após audiência de custódia na tarde desta terça-feira, 11.

A polícia alemã, juntamente do Ministério Público, também tem posse das imagens para trilhar o outro lado da transação que tentava receber a cocaína apreendida. A soltura, por sua vez, ocorreu após as mulheres receberem médicos para atendimento, como informou o governo de Goiás.

Como foi na prisão?

Luna Provázio Lara de Almeida, advogada que as representa, chegou a falar da angústia que atravessaram durante o período da carceragem, longe de qualquer tratamento específico pela meticulosa investigação internacional.

Elas falam que é desesperador ficarem presas na cela, porque é uma cela pequena, bastante fechada. Elas não estão bem de saúde física e mental. Estão sofrendo muito”, disse em entrevista ao canal CNN Brasil.

Agora, planejam retornar ao Brasil, sendo recebidas pelo Ministério das Relações Exteriores, que lançaram um comunicado lamentando a ocasião: "Ao longo do processo, o Itamaraty manteve coordenação estreita com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que conduziu o envio dos elementos de prova solicitados pela Justiça alemã por meio dos instrumentos de cooperação jurídica internacional".