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Relação secreta com o FBI: como Walt Disney tornou-se um informante especial de J. Edgar Hoover

De acordo com documentos divulgados, de 1940 à 1966, Walt Disney foi recrutado para trabalhar no escritório do Bureau

Isabella Bisordi Publicado em 18/09/2020, às 16h30

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Conheça mais detalhes sobre a vida pessoal de Walt Disney, criador do Mickey Mouse, e sua relação com o FBI - Wikimedia Commons
Conheça mais detalhes sobre a vida pessoal de Walt Disney, criador do Mickey Mouse, e sua relação com o FBI - Wikimedia Commons

Seja pelos seus personagens icônicos, pelos parques que recebem milhares de turistas todos os dias ou pelas histórias que marcaram gerações, provavelmente todo mundo já ouviu falar de Walt Disney. Nascido em 5 de dezembro de 1901, em Los Angeles, o produtor cinematográfico, cineasta, diretor, roteirista e dublador conquistou um enorme sucesso ao fundar a The Walt Disney Company, consagrando-se no ramo das animações.

Mas quem era, afinal, a pessoa por trás de uma das empresas mais famosas do mundo? Mais de um século depois, muita gente não conhece detalhes da vida do criador de todo esse império e muitos de seus feitos. De acordo com documentos divulgados por March Eliot, de 1940 até a sua morte, em 1966, Walt Disney serviu secretamente ao FBI.

Em 1993, o autor, que estava escrevendo um livro sobre o criador da Disney, teve acesso ao seu perfil no FBI graças à Lei de Liberdade de Informação. Apesar da grande maioria das 570 páginas estarem censuradas, uma das informações acessíveis mencionava que o cineasta “estava feliz em ajudar a encontrar os encrenqueiros em Hollywood”.

Documento oficial revela parceria de Walt Disney com FBI - Wikimedia Commons

Relação secreta com o FBI

A relação de amizade entre Walt Disney e J. Edgar Hoover, primeiro diretor do FBI, iniciou por volta de 1936. Na época, o comunismo estava em ascensão em todo o mundo, e as autoridades americanas mostravam-se preocupadas com a sua disseminação.

Foi nessa época que Walt Disney foi recrutado para trabalhar no escritório do Bureau, em Los Angeles, e encarregado de relatar todas as atividades de atores, escritores, produtores, diretores, técnicos e ativistas sindicais de Hollywood suspeitos de subversão política. Em troca da sua cooperação, Hoover permitiu que a Disney filmasse na sede do Bureau, em Washington.

Início da parceria

Em 1941, todos os funcionários do estúdio Disney entraram em greve pedindo por melhores condições de trabalho e o fim de assédios morais na empresa. Walt acusou publicamente os líderes da greve de “agitação comunista”, e nomeou vários dos funcionários ao Comitê de Atividades Antiamericanas da Câmara em Washington - o que resultou na demissão de 19 deles.

Ainda de acordo com os relatórios incompletos da época, em 1944, Walt Disney passou a ajudar os agentes secretos contra o crescimento dos “reds” no país, como eram chamados os comunistas. Não se sabe ao certo quantos nomes Disney entregou para o FBI, mas no ano de 1947, o House Un-American Activities Committee (HUAC) revelou sua primeira lista de “comunistas de Hollywood”. Um dos nomes era David Hilberman, responsável pela criação de Branca de Neve e os Sete Anões e um dos líderes da greve de 1941.

Anos 50 e 60

Por causa das informações valiosas que Walt Disney forneceu ao Bureau, ele foi nomeado um “agente especial completo” em 1954 - o que significa que ele era um informante confiável, que poderia fornecer transporte, equipamentos e serviços de relações públicas aos agentes. Ao longo da década de 1950, o FBI também ajudou o empresário a obter licença para construir a Disneylândia em Los Angeles.

O primeiro parque da Disney foi inaugurado em julho de 1955, e o FBI tinha acesso livre a todo o complexo. Uma das suas áreas temáticas, chamada de Tomorrowland (ou Terra do Amanhã), oferecia aos espectadores “surpreendentes exibições de ciência avançada e desenvolvimentos apresentados pelas principais empresas industriais da América”. Na época, Walt Disney sugeriu que o FBI expusesse suas técnicas científicas de investigação no local, mas o convite foi recusado.

Tomorrowland, área do parque da Disney, reune diversas inovações tecnológicas - Wikimedia Commons

Além disso, Disney permitiu que Hoover tivesse acesso a alguns roteiros das suas produções e fizesse pequenas alterações. O filme "Moon Pilot", por exemplo, mostrava crianças admirando agentes do FBI e retratando-os como verdadeiros ídolos americanos. Já o programa de televisão "O Clube do Mickey Mouse! teve três episódios especialmente dedicados ao FBI.

Walt Disney faleceu em 1966, e provavelmente nunca saberemos até que ponto ele foi influenciado pelo bureau ou quantos comunistas ele ajudou a denunciar. No entanto, o dossiê é um lembrete dos anos em que diversos escritores, atores, diretores e produtores de Hollywood entraram em confronto sobre crenças políticas.

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