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Matérias / Stephen Hawking

Stephen Hawking acreditava que Deus criou o Universo?

O brilhante cientista, que ascendeu à fama após fazer valiosas contribuições à astrofísica, era contrário ao criacionismo

Ingredi Brunato Publicado em 31/10/2023, às 11h54

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Fotografia de Stephen Hawking em 2010 - Getty Images
Fotografia de Stephen Hawking em 2010 - Getty Images

Falecido em 2018, aos 76 anos, Stephen Hawking foi um brilhante físico teórico que escreveu importantes teoremas a respeito dos buracos negros — regiões do espaço que consomem a massa de outros objetos cósmicos atraídos ao local pelo poderoso campo gravitacional. 

Uma das contribuições mais valiosas do cientista é o postulado que buracos negros liberam radiação térmica. Ou seja, embora apresentem força de atração tão intensa que acabam absorvendo a própria luz, existe algo que escapa deles, o que revolucionou a maneira como enxergamos o funcionamento dessas regiões espaciais. 

Hawking ascendeu à fama graças às suas teorias, chegando a ter sua vida retratada no filme "A Teoria de Tudo" (2014). Uma característica que chamava muita atenção, foi o fato que o gênio da astrofísica se encontrava preso à sua cadeira de rodas. Ele era incapaz de falar, dependendo de uma voz digital para se comunicar. 

Seu estado físico debilitado era resultado da grave — e rara — doença degenerativa com a qual sofria, esclerose lateral amiotrófica, que resultava na rigidez progressiva dos músculos do corpo. Eventualmente, leva à morte, uma vez que nossa respiração depende de estruturas como o diafragma, que é um músculo.

O cientista britânico, na verdade, superou em muito sua expectativa de vida inicial: quando foi diagnosticado, em 1964, ouviu que tinha apenas 3 anos até a condição causar seu óbito, dado que costuma se desenvolver de forma rápida. Contrariando as estimativas médicas, Stephen Hawking viveu por mais 54 anos. 

Fotografia do Stephen Hawking em 2007/ Crédito: Getty Images  

Entre fé e ciência 

Uma característica menos conhecida a respeito do físico, por sua vez, é o fato que ele era ateu. No início de sua trajetória pública, por exemplo, quando escreveu o livro "Uma breve história do tempo" (1988), ele era mais vago a respeito de suas crenças pessoais, conforme repercutiu o portal USA Today.

Toda a história da ciência tem sido a compreensão gradual de que os eventos não acontecem de maneira arbitrária, mas refletem uma certa ordem subjacente, que pode ou não ser divinamente inspirada", diz Hawking em um trecho repercutido pelo veículo. 

Mais tarde, porém, foi mais aberto a respeito de seu ateísmo. Em seu último livro, o "Breves Respostas para Grandes Perguntas", lançado postumamente mediante um compilado de declarações feitas por ele durante entrevistas, chega a conter uma resposta para a pergunta "Deus existe?". 

Eu penso que o Universo foi espontaneamente criado do nada, de acordo com as leis da ciência. Se você aceitar, assim como eu, que as leis da natureza são fixas, então não demora muito para se questionar: Qual o papel que existe para Deus?", refletiu Hawking em uma passagem do livro. 

Em 2014, o físico também falou bastante sobre o tópico durante uma palestra no Festival Starmus, realizado nas Ilhas Canárias, um arquipélago pertencente à Espanha.

Nesta palestra, Stephen Harking se posicionou fortemente contra o criacionismo, a qual é a ideia de que o Universo foi criado por Deus. Ele defende, em vez disso, a teoria do Big Bang, que possui embasamento científico. 

Na ocasião, ele afirmou que "Deus não é suficiente para explicar o surgimento do universo" e fez algumas piadas de humor ácido a respeito da religião, conforme repercutido pelo O Globo na época.

"Uma vez Santo Agostinho disse: 'o que Deus estava fazendo antes de criar o universo? Ele estava preparando o inferno para aqueles que fazem perguntas desse tipo'", brincou ele, usando a sátira para criticar os dogmas da Igreja Católica.