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Matérias / Paleontologia

Sue, a mais famosa tiranossauro rex do mundo, teve uma morte dolorosa

O fóssil, descoberto em 1990 nos Estados Unidos, é o mais completo do mundo e ofereceu uma compreensão distinta sobre a morte da gigante predadora

Alana Sousa Publicado em 13/06/2021, às 12h00

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Sue em exposição em Tóquio, Japão, no ano de 2005 - Getty Images
Sue em exposição em Tóquio, Japão, no ano de 2005 - Getty Images

Os gigantes predadores que viviam há milhões de anos ainda despertam curiosidade nas pessoas. Eternizados na clássica franquia Jurassic Park, de Steven Spielberg, os tiranossauros vivem no imaginário popular, que muitas vezes repetem mitos sobre a espécie.

Os animais, que viveram durante o final do período Cretáceo, mais de 60 milhões de anos atrás, continuam sendo estudados. Conforme detalhes sobre seu estilo de vida, dieta e estratégia de caça foram sendo revelados, os fósseis continuaram como uma das partes mais impressionantes dos já extintos dinossauros.

Chegando a medir pouco mais de 6 metros de altura, é bastante raro encontrar um fóssil completo da espécie pré-histórica. Assim, quando o esqueleto de Sue foi descoberto na beira de um precipício na Reserva Indígena Rio Cheyenne, Dakota do Sul, Estados Unidos, a comunidade paleontológica ficou abismada.

No verão da década de 1990, a paleontóloga Sue Hendrickson participava de uma expedição realizada pelo Instituto de Black Hills, quando, de repente, se deparou com ossos que revelaram o maior e mais completo fóssil de tiranossauro até hoje encontrado no mundo.

Especialistas sugerem que, após sua morte, o cadáver de Sue foi coberto de água e lama, prevenindo que fosse devorado por outros animais. Dessa forma, há três décadas, 80% do esqueleto do T-rex foi resgatado e levado para estudos.

Esqueleto Sue em exposição no Field Museum, em Chicago / Crédito: Getty Images

Ainda que a descoberta tenha sido analisada na época, em outubro de 2020, um estudo de Kirstin Brink, professora do Departamento de Ciências Geológicas da Universidade de Manitoba em Winnipeg, no Canadá, revelou um detalhe que havia passado despercebido.

Uma morte dolorosa

O resultado da pesquisa de Brink foi apresentado na conferência anual da Society of Vertebrate Paleontology, no final do ano passado, que precisou ser realizado de maneira online devido à pandemia de Covid-19.

No fóssil de Sue, era possível observar que seus dentes que eram serrilhados como uma faca. Sabe-se que, em vida, os tiranossauros passavam por substituições constantes de dentes, que chegavam a ser do tamanho de uma banana.

Porém, no caso de Sue, uma infecção dentária que lhe causou muita dor e uma morte terrível. “Um dos dentes tem algumas serrilhas extras na lateral do dente, não no local normal na parte frontal ou posterior do dente”, disse Brink. “Dois desses dentes estão realmente fundidos”.

Com uma investigação minuciosa, a estudiosa afirmou que o problema não poderia ser genético, e explicou que três dentes em desenvolvimento estavam “esmagados e dobrados com uma textura estranha, quase ondulada, descendo pelas laterais, quase como se fossem glacê sendo espremido em um saco de confeitar”.

Fóssil de Sue em exposição no Field Museum, em Chicago / Crédito: Getty Images

Em 2009, uma pesquisa publicada na revista PLOS One, havia anunciado que Sue sofria com uma infecção oral causada por um parasita, chamada tricomoníase. Brink, porém, foi ainda mais fundo, e estudou como a doença afetou a forma dos dentes da T-rex.

Analisando imagens 3D e uma tomografia computadorizada, a pesquisadora concluiu: “minha hipótese de trabalho neste ponto é que os crescimentos cerosos ficaram tão grandes ou a infecção ficou tão ruim que o desenvolvimento normal do dente foi interrompido em um ponto da mandíbula”.

Embora não pareça ser tão grave ter três dentes deformados em uma boca de um predador feroz, Ashley Poust, pesquisadora do Museu de História Natural de San Diego, afirma o contrário.

“Se os tecidos que crescem nos dentes estivessem danificados, então o T. rex poderia estar em um mundo de ferimentos”, falou eme ntrevista à Live Science. “Um dente impactado ou malformado pode ter sido uma fonte de sofrimento real”.

Sabendo da condição dolorosa de Sue, é possível sentir mais compaixão pelo enorme dinossauro, que mesmo estando no topo da cadeia alimentar por milhões de anos, teve um sofrimento e uma morte cruel.


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