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Matérias / Amelia Earhart

Veja as teorias que tentam explicar o desaparecimento de Amelia Earhart

Sumiço de Amelia Earhart, há quase 90 anos, é um dos maiores mistérios sem solução do século passado, mas o que pode ter acontecido com a piloto?

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 04/02/2024, às 11h21 - Atualizado em 05/02/2024, às 20h06

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A piloto Amelia Earhart - Luciaroblego via Wikimedia Commons
A piloto Amelia Earhart - Luciaroblego via Wikimedia Commons

Em 1937, Amelia Earhart desapareceu em sua viagem de volta ao mundo. Desde então, seu sumiço se tornou um dos maiores mistérios do século passado que seguem sem solução. 

Amelia se tornou uma lenda da aviação, sendo tema de livros, documentários e investigações contínuas. Recentemente, uma busca afirma ter encontrado a aeronave da piloto. Mas o que teria acontecido com ela? 

+ Amelia Earhart do mito ao mistério: A última viagem da piloto;

O que sabemos?

Amelia Earhart se tornou pioneira na aviação feminina. Durante a carreira, ela estabeleceu recordes, como ser a primeira mulher a voar sozinha através do Atlântico. Quando ela desapareceu, também pretendia se tornar a primeira mulher a completar um voo de circunavegação ao redor do globo.

A piloto Amelia Earhart - Domínio Público

Como recorda o History Channel, Earhart serviu como auxiliar da Cruz Vermelha no Canadá durante a Primeira Guerra Mundial. No pós-Guerra, ela se tornou estudante de medicina na Universidade de Columbia. 

Seu primeiro contato com a aviação aconteceu em 1920, quando ela compareceu a um show aéreo em Long Beach e voou com o piloto veterano Frank Hawks. No mês seguinte, ela já passou a ter aulas para tirar sua licença da National Aeronautics Association, o que aconteceu no final de 1921. 

Um ano depois, ela quebrou seu primeiro recorde: foi a primeira mulher a receber a Distinguished Flying Cross, uma distinção militar do Congresso por "heroísmo ou conquista extraordinária durante a participação em um voo aéreo", aponta o USA Today. 

Amelia Earhart também participou da criação da Ninety-Nines, uma organização para o avanço das mulheres na aviação e se tornou a primeira presidente da instituição. 

Em 20 de maio de 1937, Earhart e seu navegador, Fred Noonan, partiram de Oakland, Califórnia, em uma aeronave Lockheed Electra. Segundo o Grupo Internacional para Recuperação Histórica de Aeronaves (TIGHAR), eles fizeram 29 paradas adicionais, sendo a última delas em Lae, Nova Guiné, em 2 de julho. 

Até aquele momento, a dupla já havia completado 35 mil quilômetros de viagem; faltando apenas 11 mil para o objetivo final. O próximo destino seria uma pausa na Ilha Howland, a cerca de 4 mil quilômetros de distância, antes de retornar à América. O trajeto demoraria por volta de 18 horas

Às 7h42 do horário local, o avião de Amelia entrou em contato, via rádio, com um cúter da Guarda Costeira, o USCGC Itasca — que a esperava para reabastecer. A embarcação recebia normalmente a mensagem de voz intermitente da piloto. 

Mas nem Earhart e tampouco Noonan conheciam Código Morse, por isso o contato não foi bilateral, conforme registros governamentais analisados pelo Smithsonian Institute. Também jamais ficou claro se ela alguma vez ouviu alguma das transmissões do Itasca. 

Após a perda de contato, a Marinha e a Guarda Costeira vasculharam uma área de cerca de 400.000 quilômetros quadrados de oceano em busca da dupla. Conforme relatou a revista Time na época, os esforços malsucedidos custaram cerca de 250 mil dólares por dia

Após 18 meses, a Marinha declarou Amelia Earhart e Fred Noonan legalmente mortos. O órgão deduziu que a aeronave havia ficado sem combustível e caído no Pacífico. Hoje, especialistas acreditam que o mau tempo e a longa viagem foram fatores fundamentais para a queda. 

As teorias

Como ao longo de quase nove décadas a incógnita permanece, um dos grandes mistérios do século 20, diversas teorias sobre o que aconteceu com Amelia surgiram com o decorrer do tempo. 

O USA Today aponta que, segundo uma delas, o avião de Earhart não caiu no oceano, mas sim no remoto e desabilitado atol Nikumaroro — anteriormente conhecido como Ilha Gardner, o local fica a cerca de 650 quilômetros ao sul de Howland. 

Três anos depois, uma expedição foi feita no atol. Na ocasião, recuperaram-se vários ossos humanos, incluindo um crânio. Pesquisadores da Universidade do Tennessee apontaram que os restos mortais provavelmente eram da piloto. 

Afinal, os ossos têm mais semelhança com Earhart do que com 99% dos indivíduos da amostra de referência, segundo um estudo de 2018 publicado na Forensic Anthropology. Nenhum vestígio de Noonan foi encontrado, embora uma caixa de sextante semelhante a que ele carregava estivesse entre os restos mortais. 

O Projeto Earhart, do TIGHAR, se baseia nesta teoria. O grupo acredita que Amelia e Fred desembarcaram em Nikumaroro e morreram lá. A dupla, ao não conseguir encontrar a Ilha Howland, seguiu a rota até chegar no atol, onde pousaram e enviaram uma série de sinais de rádio. 

Inicialmente, as mensagens foram rejeitadas por funcionários do governo como farsas, mas Richard Gillespie, diretor-executivo do TIGHAR, identificou 57 sinais credíveis que os civis captaram em todo o mundo.

Entramos na água, meu navegador está gravemente ferido... precisamos de cuidados médicos e precisamos de ajuda. Não podemos aguentar muito mais", teria dito a piloto na última transmissão confiável, conforme acredita Gillespie. 
A piloto Amelia Earhart - Domínio Público

Outra teoria, também bastante difundida, aponta que Earhart fez um pouso forçado nas Ilhas Marshall e foi levada cativa pelos japoneses, onde acabou morrendo. Conforme o USA Today, as pessoas que acreditam nessa possível versão se baseiam em uma foto dos Arquivos Nacionais dos EUA que mostra uma mulher e um homem que se assemelham a Earhart e Noonan

À NBC, porém, as autoridades japonesas disseram que não há registros indicando que ela estava sob custódia, o que enfraquece a teoria. Esse cenário também é conhecido por sua ramificação, que foi popularizada pelo major aposentado da Força Aérea Joseph Gervais

Joseph crê que Amelia Earhart sobreviveu ao cativeiro japonês e acabou contrabandeada de volta aos Estados Unidos usando um disfarce de freira. Na América, ela se estabeleceu em Monroe Township, Nova Jersey. 

O National Geographic repercutiu que Gervais acreditava que a banqueira Irene Bolam seria, na verdade, a piloto — devido à semelhança física entre elas. "Olhei essa senhora diretamente no rosto e sabia quem era… eu a conheceria em qualquer lugar do mundo".

 "Eu não sou uma mulher misteriosa. Eu não sou Amélia Earhart!", retrucou Bolam, que mais tarde o processou por danos. Assim, a teoria não se sustenta e o mistério do que, realmente aconteceu com Amelia, permanece.