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Vitrine / Personagem

Entre a arte e as traições: conheça os maiores amores de Tarsila do Amaral

Ao longo da vida a artista teve quatro paixões intensas e conturbadas

Victória Gearini Publicado em 19/03/2020, às 21h14 - Atualizado em 14/02/2022, às 13h35

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Retrato da pintora brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973) - Wikimedia Commons
Retrato da pintora brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973) - Wikimedia Commons

A pintora, desenhista e tradutora brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973) foi uma das maiores precursoras do movimento modernista no Brasil, sendo que o seu quadro Abaporu (1928)  inaugurou o movimento antropofágico nas artes plásticas. No entanto, poucas pessoas conhecem os amores que inspiraram a artista.

Além do seu tempo, Tarsila não deixava se intimidar pelos estereótipos machistas da sociedade patriarcal de sua época. Ainda na juventude, se recusava a aceitar casamentos forçados. No entanto, a jovem bela e atraente conquistou o coração de quatro homens, que se tornaram seus grandes e únicos amores. 

Por outro lado, seus irmãos reprovaram os relacionamentos, mesmo Tarsila tendo o apoio de seus pais. Em entrevista à Revista Veja, em abril de 2019, a professora da USP Ana Paula Cavalcanti Simioni disse que tal fato lhe acarretou graves consequências. “Ela foi ousada, dona das próprias escolhas, mas pagou um preço”.

Apaixonada pela cultura, Tarsila se mudou para Barcelona com o intuito de aprender Artes, e lá pintou sua primeira obra, intitulada Sagrado Coração de Jesus, em 1904. Ao voltar para o Brasil em 1906, a jovem casou-se com o primo de sua mãe, o fazendeiro André Teixeira Pinto, pai de sua única filha, Dulce do Amaral Pinto.

Tarsila do Amaral (1886-1973), precursora do movimento modernista no Brasil / Crédito: Divulgação

Extremamente machista, André Teixeira traía constantemente Tarsila e era contra o desenvolvimento artístico da mesma. Para ele, as mulheres deveriam ficar em casa e dedicar-se exclusivamente para a criação dos filhos. Insatisfeita com a relação, Tarsila pediu o divórcio e anulação de seu matrimônio, o que gerou um desconforto familiar, pois seu ex-marido era primo de sua mãe. 

Após dar entrada no divórcio, Tarsila voltou para a Europa para dedicar-se ao estudo das artes plásticas, onde conheceu a amiga e pintora Anita Malfati. Em 1920 ingressou na Académic Julien, a renomada academia de artes francesa, onde ficou até 1922. 

Anita havia retornado pouco antes para o Brasil, e por isso convidou a amiga para participar da Semana de Arte Moderna, mais conhecida como a Semana de 22, que deu início ao movimento modernista no país. Por meio de Anita Malfati, Tarsila do Amaral conheceu seu segundo amor, o escritor Oswald de Andrade, um dos líderes modernistas.

Embora fossem figuras públicas, o casal gostava de manter em discrição o relacionamento, usando pseudônimos em cartas amorosas. Somente após a anulação do primeiro casamento da pintora, assumiram seu amor publicamente. 

Embora parecessem um casal feliz e apaixonado, Tarsila ficou devastada quando descobriu que Oswald de Andrade a traiu com a poeta e jornalista Patrícia Rehder Galvão, conhecida pelo pseudônimo Pagu. A pintora ficou tão furiosa que proibiu que o escritor entrasse em casa para buscar suas roupas e, desta forma, seu casamento chegou ao fim em 1929.

Naquele mesmo ano, Tarsila perdeu toda sua fortuna devido a queda da bolsa de valores de Nova York. Neste cenário, apaixonou-se pelo psiquiatra paraibano Osório César, com quem viajou para a antiga União Soviética (URSS). No entanto, foi presa em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, sob a acusação de ser comunista. Traumatizada, a artista se afasta de seu amor e da política, simbolizando sua dor no quadro Operários (1933).

Quadro Operários (1933), Tarsila do Amaral / Crédito: Divulgação

Tempos depois, Tarsila conheceu o jornalista carioca Luiz Martins, 20 anos mais jovem do que ela. O cronista e crítico de arte foi seu último amor, sendo seu companheiro por aproximadamente 18 anos. No entanto, Tarsila vivia angustiada por conta da diferença de idade, pois não podia dar ao amado um filho. 

O relacionamento chegou ao fim após mais uma traição, sendo a mais dolorosa para Tarsila entre todas as outras. Luiz Martins acabou se envolvendo com Anna Maria Martins, prima da artista. Devastada, mas conformada, Tarsila aconselhou Anna Maria a seguir seu coração e não desistir do amor, mesmo com a reprovação da família. Em um primeiro momento a jovem exitou, mas acabou se casando com Luiz, com quem teve uma filha chamada Ana Luisa Martins.

No fim de sua vida, Tarsila continuou a dedicar-se a sua arte, mas veio a falecer no dia 17 de janeiro de 1973, aos 86 anos, devido a complicações pós-operatórias geradas por uma cirurgia que a deixou paraplégica. Atualmente, a pintora está sepultada no Cemitério da Consolação, atraindo turistas do mundo inteiro.


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