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Curiosidades / Civilizações

Antes do código de barras, a rotina dos supermercados era um pesadelo diário

Antes da invenção, soluções caóticas eram colocadas em prática

Alessandro Greco Publicado em 30/05/2021, às 09h00

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Imagem meramente ilustrativa - Imagem de Kaweewat Thongnapakul por Pixabay
Imagem meramente ilustrativa - Imagem de Kaweewat Thongnapakul por Pixabay

Supermercados precisam estocar milhares de produtos de marcas e tamanhos diferentes. Manter a contabilidade de quanto se tem de cada um deles é uma tarefa ingrata, mas absolutamente necessária para a sobrevivência da empresa.

Durante a maior parte do século 20, a única forma de saber o que havia dentro de um supermercado era literalmente fechar as portas do local por um ou dois dias e contar um a um os produtos que estavam lá dentro.

Sempre havia erros, muitos erros nas contas, e nunca o que estava no papel correspondia ao que havia dentro do supermercado. Resultado: pesadelo diário para os gerentes e um prejuízo que chegava a 2,5% do estoque.

O famoso “fechado para balanço” só começou a desaparecer dos supermercados na metade da década de 90. Até então, cada setor da empresa tinha um código interno usado para fazer a contabilidade.

'Barras esquisitas'

Muitas vezes havia código de barras no produto que vinha da indústria, mas aquelas barras esquisitas eram ignoradas no caixa: o operador registrava de cara o preço da mercadoria. E o único jeito de saber se um produto estava vendendo bem era examinando se as prateleiras estavam vazias.

Nos tempos de inflação alta, o problema piorava. Como os preços mudavam às vezes diariamente, havia um exército de funcionários destinados apenas a etiquetar os preços em cada pacote de biscoito, cada garrafa de refrigerante, cada pacote de papel higiênico.

O tormento dos supermercados foi levado ao diretor do Instituto de Tecnologia Drexel, na Filadélfia, Estados Unidos. A conversa de corredor foi ouvida pelo estudante de graduação Bernard Silver, que contou tudo ao amigo Norman Joseph Woodland sobre o caso.

Woodland ficou fascinado pela ideia. Largou o instituto e foi morar com seu avô na Flórida, para se dedicar integralmente a criar o tal sistema. Após alguns meses teve a ideia de fazer um código impresso no papel, por meio de marcações em preto, que poderiam ser lidas por um sensor de luz.

O primeiro leitor

As barras eram linhas circulares concêntricas que ficaram conhecidas como bull’s eyes (no sentido de "mosca”, o centro do alvo). Três anos depois, Silver e Woodland construíram o primeiro leitor de código de barras.

Ele tinha o tamanho de uma cadeira e precisava ser enrolado em um pano preto para evitar que a luz do ambiente estragasse a brincadeira. Na época, Woodland trabalhava na IBM e a empresa se ofereceu várias vezes para comprar a patente, mas a dupla resistiu.

Imagem meramente ilustrativa /Crédito: Imagem de Markus Spiske por Pixabay

Em 1962, a Philco ofereceu um valor irrecusável e eles venderam a ideia. Depois, revendeu a patente para a RCA, que se juntou a várias indústrias para estabelecer regras de padronização. No ano seguinte a RCA fez a primeira demonstração pública de seu bull’s eye, mas o sistema tinha problemas na leitura.

A IBM, que tinha em sua equipe Woodland, resolveu tentar desenvolver um novo sistema. Daí saiu o Código de Produto Universal, com as linhas verticais. No dia 26 de junho de 1974, às 8h01, o código de barras de uma caixa de chicletes foi escaneado pela primeira vez em um supermercado da cadeia americana Marsh’s em Troy, Ohio. A caixa pode ser vista até hoje, no Museu de História Americana de Washington