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Matérias / Anões de jardim

Qual a origem dos anões de jardim?

Os anões de jardim são um dos folclores mais duradouros do mundo

Redação Publicado em 28/07/2022, às 19h20 - Atualizado às 19h21

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Anões de jardim, item decorativo comum em diversos países - Foto por Couleur pelo Pixabay
Anões de jardim, item decorativo comum em diversos países - Foto por Couleur pelo Pixabay

Os anões de jardim são um tipo de decoração muito comum em diversos países e culturas pelo mundo, sendo também chamados de 'gnomos' em algumas regiões. No entanto, a tradição de colocar as pequenas esculturas nos jardins não é recente, e já teve seus primeiros passos desde os períodos históricos mais antigos da humanidade.

Existem duas explicações, com base nas histórias folclóricas e lendas locais, sobre o uso das pequenas peças nos jardins: uma delas relaciona o uso de estátuas nas áreas externas das casas à proteção contra os maus espíritos. A outra, por sua vez, conta que os anões viviam nas profundezas da terra, escavando minas e buscando riquezas.

A origem das pequenas esculturas, na verdade, pode ser explicada a partir de costumes da Roma Antiga, mas seu uso se popularizou de fato só na Europa do século XVII.

Deuses nos jardins?

Na Roma Antiga, já se existia o costume de colocar pequenas estátuas de pedra nos jardins. As peças, por sua vez, representavam o deus greco-romano Príapo, que era o deus da fertilidade e também protetor do solo.

Pequena estátua de Príapo, deus greco-romano da fertilidade e protetor do solo
Pequena estátua de Príapo, deus greco-romano da fertilidade e protetor do solo / Foto por Marcus Cyron pelo Wikimedia Commons

No entanto, os anões — ou gnomos, como também são chamados — foram descritos pela primeira vez como criaturas mágicas no período do Renascimento. O alquimista e filósofo suíço Paracelso os descrevia como "figuras diminutas [com] duas medidas de altura que não gostavam de se misturar aos humanos."

Também durante o Renascimento, decorações de pedra com cerca de um metro de altura, chamadas de grotescos — 'Grotesco' é um estilo artístico inspirado nas decorações da Roma Antiga —, eram frequentemente colocados nos jardins de famílias mais abastadas. Uma das figuras mais representadas pelos artistas grotescos era a do 'gobbi' — termo em italiano para 'corcunda'.

Os anões

Já no início do século XVIII, os 'gobbis', que já haviam sofrido pequenas e recorrentes alterações em seus estilos de produção, já eram retratados como simples figuras semelhantes à humanos, mas pequeninos. Na época, as pequenas estátuas eram comuns nos jardins, e feitas de madeira ou porcelana.

Na Alemanha, em especial, as figuras eram associadas a histórias tradicionais folclóricas de anões que ajudavam nas minas ou na agricultura, e por isso se popularizaram — visto que a Europa enfrentava grande crise social e econômica.

Na época, por isso, pensavam que as estátuas trariam boa sorte, fortuna e proteção, e alguns mais supersticiosos alegavam ver as peças se mexendo durante a noite e interagindo com crianças.

Dessa forma, a fabricação de anões de jardim se popularizou na Alemanha e espalhou-se, de forma que até o sir Charles Isham, proprietário de terras inglês, levou cerca de 21 anões fabricados de terracota na Alemanha para o Reino Unido. Além disso, as figuras também já haviam sido disseminadas pela França, nessa época, e até o início do século XX já era popular nos três países.

Estados Unidos

Após o fim Primeira Guerra Mundial, no entanto, em que a Alemanha saiu derrotada, a produção de anões de jardim sofreu um declínio considerável. Porém, em 1937 a Disney lançou o clássico 'A Branca de Neve e os Sete Anões', o que trouxe um novo ar aos pequenos itens decorativos de jardim, e passou a chamar a atenção, também, da classe trabalhadora dos Estados Unidos, que agora também tinha acesso às esculturas.

Quando Walt Disney, em 1937, lançou o filme Branca de Neve e os Sete Anões, as figuras foram introduzidas em muitos jardins e avançaram em muitas regiões do mundo como elemento decorativo", disse o paisagista Hamilton Fonseca em entrevista à Revista Casa e Jardim.

Porém, logo os anões de jardim tiveram um declínio novamente, durante a Segunda Guerra Mundial, e só voltaram a interessar a população novamente no fim da década de 1970, passando então a ser considerados engraçados e até bonitos na composição dos jardins. 

Modelo mais recente de anão de jardim
Modelo mais recente de anão de jardim / Foto por Colibri1968 pelo Wikimedia Commons


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