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Matérias / Crimes

Neste dia, em 1936, a gueixa Sada Abe era presa por praticar o impensável contra seu amante

Há exatos 84 anos a criminosa era capturada por alguns dos crimes mais insólitos que se possa imaginar

Joseane Pereira Publicado em 21/05/2020, às 10h00

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Sada Abe - Wikimedia Commons
Sada Abe - Wikimedia Commons

Kichizo Ishida era o maior amor de Sada Abe. Em abril de 1936, o casal se hospedou um hotel no centro de Tóquio para uma estadia curta, mas o que era para ser apenas uma tarde, logo se transformou em quatro dias de amor frenético, como repercutido pelo site All That Interesting. Mas algo que o casal não sabia era que essa paixão se tornaria mortal.

Trajetória de Abe

Quando jovem, seus pais a forçaram a trabalhar como gueixa, uma punição por ter tantos amores quando era jovem. Ela, no entanto, decidiu trabalhar como prostituta licenciada pelo governo.

Após ser acusada de roubo por clientes, Abe se retirou do licenciamento e acabou trabalhando em um bordel ilegal de Tóquio, que fechou por questões judiciais. Foi aí que ela decidiu deixar a prostituição de vez.

Bordel onde Abe trabalhou / Crédito: Divulgação

Abe começou a trabalhar como garçonete em um restaurante cujo dono, Kichizo Ishida, se aproximou dela. Dois meses depois, ambos estavam na cama do antigo hotel em Tóquio. Após a estadia prolongada, Ishida voltou para sua esposa.

E Abe, extremamente enciumada, comprou uma faca com a qual ameaçou matar o amante. Mas, para sua surpresa, o objeto não causou terror ao dono do restaurante, mas entusiasmo.

Encontro fatal

O perfil dominante, que combinava com a personalidade submissa de Ishida, acabou resultando em um encontro fatal. O caso entre os dois foi reacendido — dessa vez, incorporando o objeto doméstico. Durante um encontro sexual, Abe colocou a ponta da faca em suas genitais, ameaçando cortá-los se ele voltasse para sua esposa.

Ishida parecia apreciar situações perigosas, pedindo que Abe o estrangulasse durante os atos sexuais. Em 16 de maio, horas de asfixia erótica deixaram Ishida realmente machucado. Em tom de brincadeira, ele comentou que seria melhor que Abe o estrangulasse até a morte, para que ele não sentisse a dor depois.

Abe entendeu o tom da piada, embora a ideia tenha sido plantada em sua mente. Dois dias depois, a garçonete o estrangulou novamente com a faixa de seu quimono — e dessa vez, não parou até que ele estivesse morto.

“Depois de matar Ishida, senti-me totalmente à vontade, como se um fardo pesado tivesse sido tirado dos meus ombros, e tive uma sensação de clareza”, disse ela após ser capturada pela polícia.

Local do assassinato de Kichizo Ishida / Crédito: Wikimedia Commons

Com a faca de cozinha, ela então cortou os órgãos genitais e os embrulhou em papel. Usando seu sangue, ela escreveu: “Nós, Sada e Ishida, estamos sozinhos” na coxa do amado. Por fim, ela gravou seu nome no braço dele com a faca e saiu do hotel, levando o pênis de Ishida na bolsa.

A captura de Abe

A equipe do hotel logo descobriu o cadáver e a mensagem enigmática. A história imediatamente atingiu a imprensa e a busca por Abe começou. Em 20 de maio, ela se hospedou num hotel e passou o dia escrevendo cartas de despedida para seus amigos, pois estava planejando se matar pulando de algum penhasco até o final da semana.

Enquanto isso, a polícia estava à sua procura. Detetives a seguiram até o hotel em que ela estava hospedada e bateram em sua porta. Abe convidou-os e admitiu sua identidade, oferecendo os genitais decepados como prova.

Quando foi presa, a polícia a perguntou por que matou seu ex-amante, ao que ela respondeu: “Eu o amava tanto, eu queria ele só para mim. Mas como não éramos marido e mulher, enquanto ele vivesse, ele poderia ser abraçado por outras mulheres. Eu sabia que se eu o matasse nenhuma outra mulher poderia tocá-lo novamente, então o matei...”.

Abe pediu para ser executada, mas o tribunal condenou-a a apenas seis anos de prisão. Em 1970, após ter trabalhado por anos como garçonete, desapareceu completamente, e até hoje seu destino é um mistério. Antes disso, escreveu um livro e teve sua história contada no filme 'Uma mulher chamada Sada Abe'.