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Matérias / Egito Antigo

Tutancâmon: Entenda o que é a Maldição do Faraó

Em 1923, o arqueólogo britânico Howard Carter descobriu a tumba do faraó Tutancâmon; o que pode ter acarretado consequências misteriosas

Ilustração sobre a descoberta do túmulo de Tutancâmon e sarcófago do antigo faraó - Getty Images
Ilustração sobre a descoberta do túmulo de Tutancâmon e sarcófago do antigo faraó - Getty Images

No ano de 1923, o arqueólogo e egiptólogo britânico Howard Carter ficou super conhecido e marcou para sempre seu nome nos livros de história ao realizar uma das descobertas arqueológicas mais importantes de todos os tempos: a Tumba de Tutancâmon. O achado foi feito no Vale dos Reis, no Egito, sendo datado do século 14 a.C..

No entanto, uma série de coincidências macabras aconteceram nos anos seguintes à descoberta. Apenas seis anos depois da descoberta da Tumba de Tutancâmon, 22 exploradores da equipe de Howard Carter, que se envolveram diretamente nas escavações, haviam falecido. Afinal, será que caiu sobre eles uma espécie de "Maldição do Faraó"?

Sarcófago de Tutancâmon / Crédito: Getty Images

Mortes

Entre as pessoas que pereceram após a escavação, uma figura que se destaca é a do lord inglês George Carnarvon, financiador do grupo. Ele teria caminhado pelas salas repletas de tesouros logo após a tumba, selada há milênios, ter sido aberta.

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Segundo Ross Fellowes, um pesquisador aposentado, em artigo publicado no Journal of Scientific Exploration (JSE), repercutido pela Aventuras na História, "Carnarvon morreu poucas semanas após o diagnóstico incerto de envenenamento do sangue e pneumonia". Isso ocorreu, porém, após ele ter sido picado por um mosquito, apenas seis semanas após ter entrado na tumba.

Além dele, o próprio Howard Carter, o primeiro a adentrar no túmulo, morreu em 1939, mais de dez anos depois, após batalhar contra um linfoma de Hodgkin, que suspeitou-se ter sido causado por envenenamento por radiação. 

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Howard Carter e George Carnarvon / Crédito: Getty Images

Maldição?

Com as mortes que se seguiram, não demorou para que o jornalista Arthur Merton, também britânico, chamasse atenção para uma antiga lenda egípcia que dizia que aqueles que perturbassem as múmias seriam acometidos por uma grande má sorte; o que seria ainda mais grave se tratando de um faraó.

No entanto, também surgiram outras explicações, mais científicas, para algumas das mortes: "Como o local esteve fechado por três milênios, a hipótese mais aceita é a de que houve uma contaminação por fungos", segundo o egiptólogo Antonio Brancaglion, da Universidade de São Paulo (USP), à Superinteressante.

Embora a explicação sobre fungos seja bastante plausível e tenha sido aceita por muito tempo na comunidade científica, um infortúnio ainda faz alguns acreditarem na maldição do faraó: em 1969, um dos poucos sobreviventes restantes da expedição deu uma entrevista a uma emissora britânica em que disse não acreditar na maldição; porém, saindo do estúdio, sofreu um acidente de carro que quase o vitimou.

Radiação

Um século após a descoberta da tumba do rei Tut, Ross Fellowes explicou em seu artigo algo que, certamente, não poderia ser previsto em meados do século 20. Segundo ele, muitas das mortes podem ter sido causadas pelos níveis tóxicos de radiação de urânio e resíduos venenosos que podem ter permanecido dentro da tumba desde que foi selada, que poderiam ser letais para qualquer um que entrasse em contato com o local.

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Tanto as populações contemporâneas como as do antigo Egito são caracterizadas por incidências invulgarmente elevadas de cancros hematopoiéticos, de osso/sangue/linfa, para os quais a principal causa conhecida é a exposição à radiação", escreveu Fellowes. "Níveis de radiação excepcionalmente elevados foram documentados nas ruínas das tumbas do Antigo Reino", acrescenta.
Howard Carter durante escavações da tumba de Tutancâmon / Crédito: Getty Images

Porém, mesmo que a teoria da radiação explique a maioria das mortes, muitos ainda podem acreditar que fosse uma maldição premeditada: "A natureza da maldição foi explicitamente inscrita em algumas tumbas, sendo uma delas traduzida como 'aqueles que quebrarem esta tumba encontrarão a morte por uma doença que nenhum médico pode diagnosticar'", explica o pesquisador aposentado, referenciando outras tumbas escavadas no Egito.