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Bons motivos para ver 9º Pelotão

Pela primeira vez, um filme russo toca nas feridas da invasão soviética ao Afeganistão

01/07/2007 00h00 Publicado em 01/07/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

Até agora, não havia surgido nenhum filme russo de porte sobre a invasão do Afeganistão (1979-1989). As feridas, porém, parecem ter começado a cicatrizar entre os ex-vermelhos. Este 9º Pelotão, lançado diretamente em DVD, cobre a lacuna. Em 2005, o diretor Fyodor Bondarchuk lançou este filme sobre o conflito, que teve praticamente o mesmo efeito de Platoon na audiência americana: comoção geral. É o filme de maior bilheteria na história da Rússia pós-comunista, arrecadando mais de 20 milhões de dólares. Ele acabou sendo o representante russo no Oscar 2007 de Melhor Filme Estrangeiro.

Está certo que o filme mostra a dura preparação dos pára-quedistas do regimento da Guarda, uma tropa de elite. Mas as tarefas e punições infligidas aos novos recrutas fazem os treinamentos de filmes americanos parecerem uma reunião de senhoras. No filme, fez errado, apanha. Fez certo, apanha. Não fez nada, apanha – bem ao estilo das lendas que correm sobre o Exército russo, tido como um dos mais violentos do mundo (de acordo com estudo da Human Rights Watch em 2004, cerca de 4 mil recrutas morrem por ano no Exército russo, vítimas de surras ou de suicídio).

Em 7 de janeiro de 1988, um grupo de 39 homens da Companhia nº 9 do 345º batalhão de pára-quedistas da Guarda ocupou uma colina estratégica, que mantinha guarda sobre a estrada para Khost. No dia seguinte, eles lutaram contra cerca de 300 mujahedins durante o dia inteiro e heroicamente mantiveram a posição. As baixas foram brutais: nove mortos e 28 homens gravemente feridos. Apenas dois soldados escaparam ilesos.

E prepare-se para ver um verdadeiro filme “patriota”. Além de terminar dizendo que eles foram os vencedores, a película contém cenas dignas de uma novela mexicana. A pior de todas? Quando o sargento durão – um verdadeiro psicopata – tem seu visto negado para retornar ao Afeganistão e debulha-se em lágrimas em um campo de flores vermelhas. f. o.

 

Outras resistências

Fomos Heróis

Dirigido por Randall Wallace, EUA, 2002. Mel Gibson é o tenente-coronel Hal Moore, que esteve no primeiro grande confronto entre tropas americanas e norte-vietnamitas, a “batalha de Ia Drang”, ocorrida em 1965. Ambos os lados reivindicaram ter vencido, a despeito da flagrante inferioridade numérica dos EUA (mil contra 4 mil).

Falcão Negro em Perigo

Dirigido por Ridley Scott, EUA, 2001. Em 1993, tropas de elite dos EUA tentaram capturar senhores da guerra somalis na capital Mogadíscio. O plano falhou e dois helicópteros Black Hawk foram abatidos. Ao todo, 160 americanos enfrentaram mais de 2 mil milicianos, numa selvagem batalha urbana.

O Álamo

Dirigido por John Lee Hancok, EUA, 2004. Neste filme, mais uma vez, a lenda do Álamo é retomada. Narra a resistência de cerca de 200 texanos contra as forças mexicanas, que totalizavam ao menos 1,8 mil homens.

 

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