O engenheiro que quase construiu Brasília.
01/12/2007 00h00 Publicado em 01/12/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36
Todo mundo sabe que Brasília é como é porque assim a pensaram o urbanista Lúcio Costa e o arquiteto Oscar Niemeyer. Mas outros 40 projetos concorreram com o deles no concurso público para a construção da nova capital. O projeto que pegou o segundo lugar foi o do engenheiro Boruch Milman e dos arquitetos João Henrique Rocha e Ney Fontes Gonçalves. Mineiro de Pouso Alegre, nascido em 1926, Boruch estava formado havia menos de dez anos, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, quando o concurso aconteceu. Ele relembra nesta entrevista como foi quase ser o responsável pelo projeto urbanístico da capital federal.
Por que decidiu participar do concurso, em 1957?
Eu era um entusiasta do presidente Juscelino Kubitschek e da construção de uma nova capital. Achava que a iniciativa era muito boa e apoiava totalmente a idéia.
Como foi o período de elaboração do projeto?
Naquele tempo, não havia computador. Por isso, tudo tinha que ser desenhado. Mesmo assim não houve muitas dificuldades. Apesar de ter sido trabalhoso e termos que nos dedicar bastante, conseguimos terminar dentro do prazo.
O que o senhor sentiu ao ser vice-campeão?
Foi uma glória. Eu era jovem, tinha 31 anos, e me senti feliz por ficar tão perto no resultado final do Lúcio Costa, que venceu com muita justiça. Seu projeto era basicamente igual ao nosso, que, assim como o dele, usava regras de urbanismo que existiam na época.
O senhor gosta de Brasília?
Eu vou pouco a Brasília, mas a considero uma cidade bonita dentro do plano piloto, que faz parte do projeto do Lúcio. Fora dele, outras regiões foram crescendo de maneira um tanto desordenada, o que tira um pouco da beleza original. Mas é uma cidade que sempre foi bem cuidada.
Em alguma dessas poucas visitas, o senhor já se perdeu em Brasília?
Não, de forma alguma. Brasília é uma cidade muito fácil de se orientar e é também bastante simples. Qualquer pessoa que está nela consegue se localizar facilmente, sem nenhum problema de direcionamento.
Oswaldo Aranha: O brasileiro que presidiu a assembleia que determinou a partilha da Palestina
Quando enganar o outro virou “conto do vigário”?
Otan x Pacto de Varsóvia: Mundo já esteve refém de suas trocas de ameaças
10 particularidades sobre a Guerra do Paraguai
Georgi Zhukov: o homem que liderou as batalhas mais importantes da URSS na Segunda Guerra
Liberdade, Igualdade, Fraternidade: Há 230 anos, era aprovada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão