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Igreja cemitério, funeral excêntrico e Vovô Índio

Igreja cemitério, funeral excêntrico e Vovô Índio

Danila Moura Publicado em 01/02/2008, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

Enterro 1

Por volta do século 18, as igrejas de São Paulo eram uma visão do inferno. Nelas se enterravam os mortos, sem caixão, muitas vezes em covas tão rasas que era comum pisar em algum osso, pois alguns templos tinham chão de terra batida, sem pavimento. O cheiro era insuportável e o santuário virava foco de doenças. Quase não havia cadeiras. Pobre das beatas, que rezavam ajoelhadas no chão, o que já devia valer para pagar os pecados.

Enterro 2

Havia funerais com rituais um tanto, digamos, excêntricos. Escravos negros, por exemplo, ao enterrarem os corpos, socavam a terra com enormes pilões, cantando: “Zóio que tanto vê, zi boca que tanto fala, que tanto comeu e trabalhou. Zi perna que tanto andou. Zi pé que tanto pisou...” O caixão, usado só para velar o corpo, era então lavado e guardado para ser usado novamente. A população evitava morar perto das igrejas, pois diziam que de madrugada ressoavam músicas e batidas de pilões vindas dos templos vazios.

 

Papai noel brazuca

Em 1950, os integralistas resolveram dar baixa no Papai Noel, acusando-o de ser antinacionalista. Inventaram um tal Vovô Índio, filho de escravo africano com índia. Criado por uma família branca, ele foi alforriado pelo irmão. Velhinho, contava histórias para as crianças. No Dia de Reis, dava bonecos que ele mesmo esculpia de presente – nada de brinquedos estrangeiros.

 

Acervo

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