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Manuscritos do Mar Morto: mais vivo que nunca

Origem é contestada

Rodrigo Cavalcante Publicado em 01/10/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

Em 1946, o pastor Mohamed Adh-Dhib procurava uma cabra numa caverna em Qunram, perto do mar Morto, em Israel, quando fez a mais importante descoberta arqueológica do século 20. Ele encontrara os Manuscritos do Mar Morto: cerca de 15 mil fragmentos de textos religiosos judaicos datados entre o século 3 a.C. e o ano 68 da era cristã.

Décadas após a descoberta, pesquisadores concluíram que as cavernas de Qunram, onde os textos foram encontrados, eram um monastério dos essênios, grupo judaico radical cujos seguidores viviam distantes dos grandes centros do judaísmo oficial do Templo de Jerusalém, seguindo regras que incluíam a renúncia a todo bem material. Alguns textos encontrados no local, como o “Manual de Disciplina”, pareciam confirmar a tese dos pesquisadores.

Mas dois arqueólogos israelenses que acompanharam as escavações no local por mais de dez anos acabam de escrever um livro contestando essa versão. Segundo Yizhak Magen e Yuval Peleg, não há nada no sítio arqueológico de Qunram que possa ser relacionado aos essênios. Eles dizem que tudo o que os arqueólogos encontraram no local foram fornos para potes de cerâmica, restos de instrumentos para a produção de vasos e fragmentos de barro. Ou seja: a única certeza é que o local funcionava como uma fábrica de jarros de cerâmica.

A nova tese dos arqueólogos reforça a idéia de que os pergaminhos encontrados por lá podem ter pertencido a diversos grupos judaicos do período, inclusive os ligados ao Templo de Jerusalém – como os fariseus, que fugiram de lá após a destruição do templo em 68 d.C.

 

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