Fotografia de policias na casa dos irmãos Collyer - Divulgação
Bizarro

Engolidos pelo próprio lixo: 5 fatos sobre a tragédia dos irmãos Collyer

Vivendo com mais de 120 toneladas de entulho, Homer e Langley foram vítimas da compulsão que desenvolveram durante anos

Pamela Malva Publicado em 18/07/2020, às 09h00

1. Frustrações

Nascidos em Manhattan, Homer e Langley Collyer cresceram em uma família comum, filhos do ginecologista Herman Livingston e de Susie Gage Frost, uma ex-cantora de ópera. Bastante excêntricos, os Collyer foram morar em uma enorme mansão de quatro andares no bairro de Harlem, em meados de 1909.

Dez anos mais tarde, no entanto, Susie e Herman se divorciaram, frustrando quaisquer conhecimentos que os meninos tinham sobre o amor. Juntos, os irmãos seguiram morando com a mãe e, formados em direito e engenharia pela Universidade Columbia, em Nova York, os dois nunca se casaram.


2. Tragédias

Homer Collyer (de bigode) discutindo com policiais / Crédito: Wikimedia Commons

 

Os primeiros sinais de acumulação desenfreada apareceram logo depois da morte do pai dos irmãos, em 1923. De luto, Homer e Langley levaram todos os equipamentos médicos do homem para casa. A mesma aconteceu com as joias e vestidos que eles herdaram após a partida da mãe, em 1929.

Tudo piorou quando, em meados de 1933, Homer perdeu a visão graças a uma hemorragia inesperada. A fim de cuidar do irmão mais velho, Langley largou seu emprego e os dois se isolaram, cercados por oito gatos que os faziam companhia.


3. Dia a dia

Langley Collyer (de bigode) com seu advogado / Crédito: Wikimedia Commons

 

Dentro da mansão, os dois irmãos brancos e de meia-idade detestavam o novo contexto do bairro onde moravam: um epicentro jazz e de boemia da comunidade negra. Cada vez mais, então, eles criaram uma rotina autossuficiente, longe de tudo.

Imaginando que o irmão voltaria a enxergar, Langley passou a colecionar jornais e criou uma dieta insana. Todas as semanas, Homer comia cerca de 100 laranjas e fatias de pão preto com manteiga de amendoim.

Sem água ou eletricidade — eles não tinham como pagar as contas —, era Langley quem fazia longas caminhadas em busca de água, normalmente trazida de uma torneira num parque. A comida era às vezes comprada, às vezes pega do lixo.


4. Acumulação

Uma parcela do lixo encontrado na casa dos irmãos / Crédito: Wikimedia Commons

 

A cada dia que se passava, Langley colecionava mais e mais objetos e entulho. A coleção chegou a contar com carrinhos de bebê, bicicletas, bolas de boliche, mais de 25 mil livros, órgãos humanos conservados em frascos, 14 pianos, o chassi de um Ford T que ele tentou transformar em gerador, tapetes e inúmeros instrumentos musicais.

Considerando a tralha como seu único tesouro, Langley tinha medo que seus pertences fossem roubados. Assim, ele bloqueou as janelas com tábuas ou móveis e ainda criou armadilhas letais com o lixo que acumulava.


5. Um fim trágico

Parque em homenagem aos irmãos Collyer, construído no terreno da mansão da família / Crédito: Wikimedia Commons

 

Na tarde do dia 21 de março de 1947, Charles Smith ligou para a polícia, afirmando que sentia cheiro de carniça vindo da mansão dos irmãos Collyer. Ao chegar na residência, os oficiais encontraram uma pilha de lixo que bloqueava a entrada.

A polícia demorou cerca de cinco horas para encontrar o corpo de Homer, o irmão cego, entre os objetos entulhados. Mais três semanas se passaram até que o cadáver do irmão mais novo fosse encontrado também.

Langley havia sido vítima das próprias armadilhas e estava soterrado por uma pilha enorme de lixo quando foi encontrado. Poucos dias depois da morte do irmão, Homer estava sozinho e, no meio do lixo, terminou por morrer de fome. Logo depois da remoção dos irmãos, a polícia ainda retirou 120 toneladas da casa danificada.


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