Live de Bolsonaro em abril de 2020 defendendo a hidroxicloroquina - Divulgação/Facebook/Jair Messias Bolsonaro
Brasil

Aposta de Bolsonaro, Hidroxicloroquina vira ‘elefante branco’ em estoque de municípios

Cidades que receberam dose do fármaco não sabem o que fazer com o medicamento que está próximo do vencimento

Fabio Previdelli Publicado em 14/03/2022, às 16h19

Em meio à pandemia da Covid-19, e ainda sem vacina na época, o governo de Jair Bolsonaro negociou com Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos, a chegada de 3 milhões de comprimidos de hidroxicloroquina.

As doses começaram a chegar em junho de 2020 e o medicamento passou a ser dado por Bolsonaro como uma ‘solução’ para a crise sanitária que assolava o país. Hoje, porém, quase dois anos depois da data, o medicamento segue encalhado em diversas cidades. 

O município de Joinville, em Santa Catarina, por exemplo, foi o que recebeu o maior lote do medicamento: 160 mil comprimidos, sendo que menos de 30 mil foram usados desde setembro de 2020. Com isso, a prefeitura tenta devolver o fármaco, usado no polêmico Kit Covid, ao Ministério da Saúde. O que torna o caso pior ainda é que a validade da droga acaba em outubro deste ano. 

Caso parecido vive a cidade de Porto Alegre. Segundo aponta matéria da Folha de São Paulo, em janeiro de 2021, o prefeito Sebastião Melo, que acabara de ser empossado, havia anunciado a flexibilização das restrições contra a pandemia. Ao mesmo tempo, também decidiu dar vez ao Kit Covid. 

Das 24 mil doses cedidas à capital gaúcha, apenas 10 comprimidos foram entregues à população. A suspensão da oferta se deu através de uma decisão da Justiça e, desde então, as demais doses seguem em estoque, sem serem usadas. 

À Folha, o ministério afirmou que a orientação dada aos municípios é de que eles devem procurar seus respectivos governos estaduais para repassarem a hidroxicloroquina para o tratamento de doenças das quais sua comprovação já é cientificamente comprovada, como o lúpus e a artrite reumatoide. 

Das 3 milhões de doses recebidas pelo Brasil, dois terços ficaram com o Ministério da Saúde, que distribui 600 mil unidades para estados e municípios solicitantes. O resto da cota, 1,4 milhão de unidades, foram destinadas para o tratamento de doenças previstas em bula, visto que a demanda pelo fármaco não foi massiva. O restante, cerca de 1 milhão de doses, foi dada ao Exército que, de acordo com a Folha, ainda mantém 745 mil unidades em seu estoque.

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