Imagem do planeta Mercúrio - Domínio Público via Wikimedia Commons
Astronomia

Descoberta sugere que Mercúrio pode abrigar vida em geleiras de sal

Condições de vida em regiões específicas de Mercúrio podem se assemelhar com ambientes extremos da Terra, como o Deserto do Atacama; entenda!

Redação Publicado em 28/11/2023, às 08h20

Um estudo recente sugere que assim como na Terra, o planeta Mercúrio — o primeiro e o mais próximo do Sol, no nosso Sistema Solar — possui capacidade de abrigar vida em seu território. Isso porque lá foram descobertos glaciares de sal, um tipo de ambiente volátil com condições de vida semelhantes às de locais extremos de nosso planeta, como no Deserto do Atacama, no Chile.

A descoberta foi descrita em estudo publicado no Journal of Planetary Science, no dia 17 de novembro. Já a pesquisa, por sua vez, foi conduzida por cientistas do Instituto de Ciências Planetárias, nos Estados Unidos, de acordo com a Revista Galileu.

"Nossa descoberta complementa outras pesquisas recentes mostrando que Plutão tem glaciares de nitrogênio, implicando que o fenômeno de glaciação se estende dos confins mais quentes aos mais frios dentro do nosso Sistema Solar", explica em comunicado Alexis Rodriguez, principal autor do estudo.

Rodriguez também explica que os glaciares da Terra possuem compostos de sal específicos, capazes de abrigar vida mesmo em ambientes hostis do planeta, como no Atacama, cujo deserto é conhecido por ser o deserto mais seco do mundo. Dessa forma, levanta-se a possibilidade de existirem áreas em Mercúrio que possam conter água líquida.

Mas, neste caso, o foco é na profundidade abaixo da superfície do planeta, em vez da distância correta de uma estrela", pontua o autor do estudo.

+ Mercúrio estaria encolhendo e enrugando, aponta estudo

Diferentes glaciares

A pesquisa ainda acrescenta que os glaciares de Mercúrio são diferentes dos da Terra, pois se formaram a partir das chamadas Camadas Ricas em Voláteis, inicialmente profundamente enterradas mas expostas por impactos com asteroides. Para compreender a formação dos glaciares, foi examinada especificamente a região de Borealis Chaos, próxima ao polo norte do planeta.

O terreno, descrevem os pesquisadores, revela diversos impactos de asteroides, o que sugere que as geleiras de Mercúrio se formaram sobre uma paisagem já solidificada. "Nossos modelos afirmam fortemente que o fluxo de sal provavelmente produziu esses glaciares e que, após sua colocação, eles retiveram voláteis por mais de 1 bilhão de anos", afirma Bryan Travis, cientista do Instituto de Ciências Planetárias e coautor do estudo.

Imagem de vista da região de Borealis Chaos, onde é possível observar crateras onde foram identificadas evidências de geleiras de sal / Crédito: Divulgação/Nasa

 

Jeffrey S. Kargel, outro envolvido na pesquisa, pontua que a água liberada pelo vulcanismo de Mercúrio pode ter criado poças ou mares rasos e temporários de água líquida, ou até da chamada água supercrítica, um vapor denso e extremamente salgado, o que possibilitaria a formação de depósitos de sal. 

"A subsequente perda rápida de água para o espaço e a captura de água em minerais hidratados na crosta teriam deixado para trás uma camada dominada por sal e minerais argilosos, que se acumularam progressivamente em depósitos espessos", finaliza Kargel.

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