Animação de dente-de-sabre-marsupial - Reprodução / Vídeo / Zapping Sauvage
Dente-de-sabre-marsupial

Enigma de visão de dente-de-sabre-marsupial é desvendado

O dente-de-sabre-marsupial viveu num período anterior a 3 milhões de anos atrás na América do Sul

Luisa Alves, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 24/03/2023, às 14h58 - Atualizado às 15h47

Na fauna da América do Sul anterior a uns 3 milhões de anos atrás, devido ao isolamento do continente, ainda não haviam aparecido espécies de mamíferos hoje consideradas típicas dessas terras, como onças, porcos-do-mato e veados, havendo, ao invés disso, uma variedade de marsupiais. Entre eles estava o assustador dente-de-sabre-marsupial (Thylacosmilus atrox)

Com uma característica mais típica de herbívoros, o T. atrox possuía os olhos posicionados de forma bastante espaçada, cada um voltado para cada lateral da face. Tal característica chamou a atenção de pesquisadores que publicaram um novo estudo na revista Communications Biology, o qual, pode ter resolvido o enigma de como o animal conseguia caçar sem a chamada visão estereoscópica (ou em "3D") comum em outras espécies caçadoras

Crânio peculiar

O animal tinha um formato “esquisito” de crânio, isso em decorrência do fato de que seus caninos gigantescos eram de crescimento contínuo. As raízes desses dentes chegavam a se projetar pelo alto do crânio da criatura, não havendo espaço para que a disposição dos olhos fosse igual à dos carnívoros atuais.

Com o auxílio da tomografia computadorizada e modelos de computador em 3D no novo estudo assinado por Charlène Gaillard e Analía Forasiepi do Instituto Argentino de Nivologia, Glaciologia e Ciências Ambientais e Ross MacPhee do Museu Americano de História Natural, como repercutido pela Folha de São Paulo, o enigma foi desvendado.

Resumidamente, os olhos do T. atrox tinham órbitas que se projetavam para frente e com uma orientação quase vertical. Desse modo, a disposição lateral dos olhos é compensada e o animal ganha visão estereoscópica.

Embora os predadores não marsupiais tenham suplantado o grupo do T. atrox depois de ter se formado uma ponte de terra entre a América do Sul e as regiões do continente ao norte, os T. atrox funcionavam bem com essa característica. Nesse caso, outros fatores diferentes da mera habilidade como predador podem ter contribuído para isso. 

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