O cientista chinês He Jiankui - Divulgação / vídeo / The Independent
Cientista

"Têm uma vida normal", diz cientista sobre bebês geneticamente modificados

O cientista chinês He Jiankui passou três anos preso por criar bebês com técnicas de modificação genética

Giovanna Gomes Publicado em 09/02/2023, às 11h38

O cientista chinês He Jiankui, quem foi o responsável por criar três bebês geneticamente modificados, concedeu uma entrevista ao jornal South China Morning Post esta semana.

Na ocasião, Jiankui, quem foi solto no ano passado após três anos de prisão, declarou que não quer ver as crianças sendo perturbadas e que “a felicidade delas e de suas famílias deve estar em primeiro lugar”.

De acordo com informações da revista Galileu, o profissional surpreendeu o mundo no ano de 2018, quando anunciou que havia criado duas crianças gêmeas a partir de modificações genéticas, além de um terceiro bebê. Nos três casos foi utilizada a ferramenta de edição gênica CRISPR-Cas9.

A ideia, segundo a equipe do cientista, era reescrever o gene CCR5, uma vez que as pessoas nascidas com uma mutação nessa molécula apresentam resistência ao HIV e, em alguns casos, são até mesmo imunes ao vírus.

Resultados

Na época, He Jiankui afirmou que a modificação havia sido um sucesso e que as crianças deveriam apresentar resistência total ou parcial ao vírus causador da aids. Entretanto, especialistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) revisaram o estudo e apontaram que os dados apresentados não apoiavam o experimento.

Na verdade, a equipe não reproduziu a mutação conhecida. Em vez disso, eles criaram novas mutações, que podem levar à resistência ao HIV, mas talvez não”, disseram os pesquisadores do MIT em relatório.

Hoje, o cientista declara que as três crianças “têm uma vida normal, pacífica e imperturbável”. De acordo com o profissional, esse é o desejo delas e “devemos respeitá-las”.

'Fiz muito rápido'

Apesar de não saber dizer se usaria uma abordagem diferente caso tivesse feito o experimento hoje, Jiankui reconheceu que o teste foi precoce e que seria necessária uma melhor preparação: “Fiz muito rápido”.

Ao South China Morning Post, o cientista declarou que planeja colocar suas conclusões acerca do experimento em um artigo e compartilhá-lo com a comunidade científica internacional. De acordo com a fonte, ele agora pretende estudar terapias genéticas acessíveis para doenças raras, como é o caso da Distrofia Muscular de Duchenne.

Tenho uma visão de longo prazo, que é que cada um de nós deve estar livre de doenças hereditárias”, disse Jiankui.
ciência bebês cientista DNA geneticamente modificados He Jiankui

Leia também

Com drones, bombeiros resgatam jovens perdidos na Serra do Lenheiro (MG)


Homem preso por contrabando de aranhas pode ser curador de museu dos EUA


Médico em missão humanitária no RS é encontrado morto em abrigo


Israelenses são flagrados destruindo caixas de ajuda humanitária


Cachorro eleito o mais feio do Reino Unido vira estrela da Marvel


Igreja Católica divulga guia de instruções para pecadores obterem o perdão