Segundo cientistas, as árvores das florestas tropicais já absorvem um terço a menos de carbono do que costumavam fazer na década de 1990
Vanessa Centamori Publicado em 05/03/2020, às 13h55
A partir da metade de 2030, as árvores da Floresta Amazônica podem começar a poluir a Terra, segundo um estudo feito por cientistas britânicos, e publicado na Revista Nature. De acordo com os especialistas, o aquecimento global está tão severo que tem causado secas e estresse térmico constante na vegetação. Desse modo, em vez de absorver carbono, as árvores passarão a liberá-lo na atmosfera nos próximos 15 anos.
Para se ter uma ideia, uma floresta tropical pode armazenar, em média, 250 bilhões de toneladas de carbono - o equivalente a 90 anos de emissões de combustíveis fósseis no mundo todo. Imagine se tudo isso for liberado pelas árvores: como resultado, as mudanças climáticas podem acelerar de modo catastrófico.
Para mensurar o quão terrível a situação poderia chegar, no estudo os cientistas monitoraram durante mais de 30 anos o crescimento de 300 mil árvores não só na Floresta Amazônica, como também em florestas tropicais africanas.
Eles concluíram que a famosa floresta brasileira está exposta à temperaturas cada vez maiores e à frequentes secas. Em 2030, a capacidade de absorver carbono da floresta irá cair em 14% e em 2035, essa habilidade será igual a zero.
As árvores do continente africano seguem a mesma tendência. E a estimativa é que as florestas do mundo todo já estejam absorvendo um terço a menos de carbono do que a quantidade que era absorvida na década de 1990. Se as previsões se confirmarem, quando chegarmos em 2060, todas as florestas tropicais se tornarão fontes de liberação do gás, que é um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa.
"A humanidade tem tido muita sorte até agora por essas florestas terem absorvido nossa poluição, e elas podem não continuar fazendo isso por muito mais tempo", contou à agência de notícias Reuters, o pesquisador Simon Lewis, da Universidade de Leeds.
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