Sob perigo de processos legais e responsabilidade criminal, cidadãos russos não podem expressar discordância ao ataque
Pedro Paulo Furlan, sob supervisão de Pamela Malva Publicado em 24/02/2022, às 18h00
Na madrugada desta quinta-feira, 24, o presidente russo Vladimir Putin anunciou o início da uma invasão militar russa na Ucrânia, alertando, a qualquer um que se coloque no caminho, que haverão pesadas retaliações e consequências. Aparentemente, no entanto, o aviso também se estende aos cidadãos da própria Rússia que forem contra o ataque.
Em comunicado emitido algumas horas após o início da ação militar de Putin, o governo russo proibiu qualquer mobilização dos habitantes, além de qualquer forma de protesto.
O alerta, que foi escrito pelo Comitê de Investigação da Rússia, ameaça cidadãos contrários ao que foi chamado de “invasão total” pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. De acordo com o UOL, o comunicado alerta a população russa de que protestos podem levar a “consequências legais negativas dessas ações, que incluem processos e até responsabilidade criminal”.
Além disso, o texto explica a suposta necessidade dessa declaração com “a disseminação de pedidos de participação em tumultos e comícios relacionados à situação tensa da política externa".
O Comitê de Investigação russo utilizou, no documento, o impacto de uma ‘responsabilidade criminal’ no futuro de uma pessoa para desencorajar qualquer seção do povo da Rússia que desejasse protestar esse ataque.
Deve ser lembrado que ter antecedentes criminais traz consequências negativas e deixa uma marca no futuro da pessoa", escreveu o Comitê.
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