Pesquisa contraria a teoria anterior sobre as cabeças penduradas na Península Ibérica
Nicoli Raveli Publicado em 06/05/2020, às 15h25
Recentemente, arqueólogos da Universidade Autônoma de Barcelona e do Museu de Arqueologia da Catalunha fizeram uma interessante descoberta sobre o passado dos Povos Ibéricos. Durante as guerras, acreditava-se que a civilização utilizava a cabeça de seus inimigos derrotados como um símbolo de vitória e as espetavam com pregos.
Todavia, o novo estudo, realizado por Eulàlia Subira e Carme Rovira Hortalà, levantou questionamentos sobre a teoria de que as cabeças penduradas pertenciam somente aos guerreiros derrotados em batalhas.
Os especialistas basearam a pesquisa nos crânios encontrados em 1904. Segundo os estudiosos, as cabeças decepadas ainda não haviam feito parte de um estudo cauteloso.
Uma vez analisadas, Subira e Hortalà alegaram que, na verdade, os povos usavam cabeças de mulheres e jovens como troféus de guerra. Isso fez com que o número saltasse de cinco para 12 crânios com algum tipo de esfolamento ou marcas de facadas.
Além disso, a pesquisa apontou que o povo antigo dispunha de um processo para evitar que os crânios fossem quebrados no futuro. Não obstante, o procedimento era realizado logo quando uma pessoa morria e sua cabeça era fixada com algum objeto.
"Esse fato indica que aqueles que realizaram esses procedimentos possuíam algum conhecimento anatômico e usavam ferramentas específicas, como pequenos fixadores e pregos maiores do que os utilizados nas construções da época”, afirmaram os profissionais.
Ademais, também foi notada uma diferença entre as populações ibéricas de Puig Castellar e Ullastret: o primeiro grupo apresentou o desenvolvimento de osteoporose que, segundo os arqueólogos, pode estar associado à deficiência nutricional ou a algum processo infeccioso crônico.
Enquanto isso, os antigos moradores de Ullastret apresentaram maior diversidade demográfica, com crânios de jovens de 15 anos a mulheres adultas de até 40 anos de idade.
Para os estudiosos, o segundo passo será uma investigação completa que combinará a antropologia física com análises laboratoriais, além de levar em consideração estudos de fontes históricas. Entretanto, os arqueólogos afirmaram que a pesquisa realizada já revelou dados importantes sobre os rituais violentos da população ibérica.
Pesquisadores recriam em 3D rosto de mulher neandertal de 75 mil anos atrás
Maldição por trás da abertura da tumba de Tutancâmon é desvendada
Pesquisadores relacionam descobertas na Cidade de Davi a evento bíblico
Mistério mesopotâmico de 2,7 mil anos pode ter sido desvendado
Arte original de capa do primeiro 'Harry Potter' será leiloada
Javier Milei, presidente da Argentina, clonou seus cachorros? Entenda!