O gerente do Hotel des Milles Collines, em Kigali, na época do genocídio em Ruanda, e líder da oposição foi preso pelas autoridades do país nesta segunda, 30
Giovanna de Matteo Publicado em 31/08/2020, às 11h59
Paul Rusesabagina, o homem que inspirou o filme "Hotel Ruanda", que conta a história do genocídio no país, está sendo acusado de terrorismo. As informações são do site de notícias BBC.
A diversidade étnica no continente africano, junto ao processo colonizador, é um dos fatores responsáveis pelo desencadeamento de vários conflitos e guerras no território. A luta étnica entre os grupos hutus e tutsis, no qual lutavam pelo poder em Ruanda, país da África Oriental, após sua independência, rendeu um genocídio de cerca de 13% da população, no qual foram exterminados aproximadamente 1 milhão de Tutsis.
Em meio a esses conflitos, Paul Rusesabagina ajudou a salvar centenas de pessoas em seu hotel, onde abrigou cerca de 1.200 tutsis. Ele recebeu diversas honrarias pelo ato de paz, incluindo a Medalha Presidencial da Liberdade dos EUA em 2005.
Depois disso, Rusesabagina liderou um partido de oposição no país, que tinha um braço armado na República Democrática do Congo, contra a dominação dos hutus, em Ruanda.
As autoridades de Ruanda apresentaram um mandado de prisão internacional para Rousesabagina, que estava em exílio até o momento. As autoridades não divulgaram onde ou sob quais circunstâncias ele foi preso, nem justificaram as acusações contra ele.
Críticos afirmaram que o atual presidente do país, Paul Kagame, não tolera oposição, e que desde 2011 o opositor vem sendo perseguido pelo governo e acusado informalmente de estar financiando a "subversão" no país.
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