Acusado de espionagem, o jornalista foi responsável pelo vazamento de documentos militares e diplomáticos dos EUA
Pamela Malva Publicado em 04/01/2021, às 11h30
Em meados de 2010, Julian Assange, o jornalista australiano fundador do WikiLeaks, foi acusado de espionagem. Anos mais tarde, nesta segunda-feira, dia 04, sua extradição para os Estados Unidos foi negada pela juíza britânica Vanessa Baraitser, segundo o G1.
Há dez anos, Assange publicou uma série de documentos sigilosos da força militar dos Estados Unidos. Entre as centenas de milhares de arquivos revelados estava o vídeo de um helicóptero de combate dos EUA atirando contra civis no Iraque em 2007 — episódio que deixou diversos mortos em Bagdá, incluindo dois jornalistas da agência Reuters.
Pelo vazamento dos documentos — que ainda retratavam atos de tortura —, Julian Assange foi denunciado por promotores norte-americanos. No total, caso seja culpado pelas 17 acusações, o jornalista deve ser condenado a 175 anos de prisão.
Audiências sobre o caso estão sendo realizadas desde setembro de 2020 e, agora, a justiça britânica decidiu que, em prol da saúde do réu, ele não poderá ser enviado aos Estados Unidos. Nesse sentido, teme-se que o jornalista de 49 tente cometer suicídio.
Assim, o governo norte-americano tem 14 dias para apresentar um recurso contra a decisão — e já confirmou que irá recorrer. Em defesa do acusado, contudo, os advogados de Assange afirmam que ele não será julgado de forma justa nos EUA, já que o país quer usá-lo como exemplo na "guerra contra os jornalistas investigativos".
Dessa forma, afirmando que Julian estaria protegido pela Primeira Emenda da Constituição americana, os profissionais pediram pela liberdade do jornalista sob fiança — solicitação que deve ser julgada nesta quarta-feira, dia 6. Assange está preso desde abril de 2019, quando foi capturado na embaixada do Equador em Londres.
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