Protestos que ocorreram ontem, 22, em Mianmar - Getty Images
Ásia

Mianmar vive maior dia de protestos desde o golpe, diz The Washington Post

Atos ocorreram mesmo após junta militar advertir que pessoas corriam risco de morte caso participassem das manifestações

Fabio Previdelli Publicado em 23/02/2021, às 13h23

Ontem, dia 22, Mianmar foi palco do maior protesto desde que militares deram um golpe de Estado em 1º de fevereiro, segundo noticiado pelo The Washington Post. Com isso, o país viveu uma greve geral, o que fez com que muitas empresas fechassem.  

As grandes reuniões de manifestantes ocorreram mesmo após a junta militar advertir que as pessoas corriam risco de morte caso participassem dos protestos.

A data foi escolhida por ter cinco números dois (22/2/2021), o que muitos ativistas viram como uma relação ao 8/8/1988, quando o país também viveu uma grande onda de protestos contra o regime militar que ‘comandava’ o país na época, há quase 33 anos.  

Devido as manifestações, os militares voltaram a interromper o acesso da população à internet. Esta é a oitava noite consecutiva que isso acontece, segundo a NetBlocks, entidade que tem sede no Reino Unido.  

Na capital de Mianmar, Naypiytaw, caminhões com canhões de água foram disparados pela polícia contra manifestantes, que foram jogados no chão com a força dos jatos. Já em Rangoon, maior cidade do país, milhares de pessoas se reuniram.  

Além disso, diversos mercados e estabelecimentos ficaram fechados em solidariedade ao movimento pró-democracia. Mortes foram registradas nas cidades de Myitkyina, no Norte; e em Dawie, no Sul.  

"Estamos aqui para participar na manifestação, para lutar até a vitória", disse o estudante Kyaw Kyaw, de 23 anos, à Reuters. "Nada vai acontecer se meu salário for cortado, mas se ficarmos sob uma ditadura militar, vamos ser escravos." 

"O Exército tomou o poder injustamente do governo civil eleito", declarou outro manifestante, de 29 anos, que pediu para não ter a identidade revelada. "Lutaremos até obter nossa liberdade, democracia e justiça." 

Na noite do último domingo, 21, as autoridades informaram que "os manifestantes estão incitando as pessoas, sobretudo os adolescentes e jovens exaltados, a seguir o caminho do confronto no qual morrerão". O comunicado foi lido no canal de televisão estatal MRTV.  

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