Recriação digital da aparência do navio antes de ser enterrado - Gjellestadstory
Arqueologia

Milenar navio viking que pode ter servido como caixão de rei será desenterrado na Noruega

Esta será apenas a quarta embarcação pertencente a cultura a ser tirada de dentro da terra — a primeira em mais de 100 anos

Fabio Previdelli Publicado em 18/05/2020, às 12h00

Um navio viking enterrado por mais de mil anos deverá ser escavado nas próximas semanas na Noruega —este será o primeiro projeto desse tipo em mais de um século. O processo está em estado de “urgência” pois, segundo os arqueólogos, o casco do navio, feito de carvalho, está sendo devastado por um fungo. Acredita-se que a embarcação possa ter sido usada no enterro de um poderoso ou rainha.

Com a ajuda de um radar de penetração no solo, os pesquisadores descobriram que o casco de cerca de 20 metros de comprimento em Gjellestad, nos arredores de Halden, no sul da Noruega, em 2018. Desde então, os arqueólogos vêm pressionando as autoridades pelo financiamento e pela permissão de resgatar essa relíquia.

Imagem retratada do radar de penetração no solo, mostrando a forma e o tamanho do navio Viking / Crédito: NIKU

 

Agora, o governo norueguês alocou 15.6 milhões de coroas norueguesas (cerca de 8 milhões de reais) do dinheiro de contribuintes para garantir a sobrevivência do navio. Estima-se que os trabalhos devam começar em junho, mas para isso os pesquisadores deverão esperar a apuração formal do governo, além de todo um tramite burocrático.

O navio está a menos de dois metros abaixo da superfície e acredita-se que ele trnha sido enterrado entre os séculos 8 e 9. O projeto está sendo liderado por Knut Paasche, chefe de Arqueologia Digital do Instituto Norueguês de Pesquisa do Patrimônio Cultural (NIKU).

Apesar da preponderância da cultura viking em toda a Noruega, apenas três embarcações desse período foram escavadas: nos anos de 1868, 1880 e 1904. Portanto, essa será a primeira vez que uma equipe arqueológica totalmente equipada fará esse trabalho aderindo aos protocolos e diretrizes modernos — a primeira em mais de 100 anos.

Uma vista aérea do sítio arqueológico de Gjellestad / Crédito: NIKU

 

"Este novo navio certamente terá grande significado histórico e aumentará nosso conhecimento, pois pode ser investigado com os modernos meios de arqueologia”, declarou Paasche.

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